Isabela Vieira e Thais Leitão, Agência
Brasil
“Mulheres pretas, pardas e indígenas são a
maioria entre os 5,3 milhões de jovens de 18 a 25 anos que não trabalham nem estudam no
país, a chamada “geração nem nem”. Cruzamento de dados inédito feito pelo
Instituto de Estudos Sociais e Políticos (Iesp) da Universidade do Estado do
Rio de Janeiro (Uerj), a pedido da Agência
Brasil, revela que elas somam 2,2 milhões, ou seja, 41,5% desse grupo. Do
total de jovens brasileiros nessa faixa etária (27,3 milhões), as negras e
indígenas representam 8% - enquanto as brancas na mesma situação chegam a 5%
(1,3 milhão).
Para o coordenador do levantamento,
Adalberto Cardoso, que fez a pesquisa com base nos dados do Censo 2010, do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), várias razões explicam
o abandono da educação formal e do mercado de trabalho por jovens. Entre elas,
o casamento e a necessidade de começar a trabalhar cedo para sustentar a
família. Cerca de 70% dos jovens “nem nem” estão entre os 40% mais pobres do
país. A gravidez precoce é o principal motivo do abandono, uma vez que mais da
metade das jovens nessa situação têm filhos.”
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