Joias da Micarla e sumiço do Agripino

Altamiro Borges, Blog do Miro


“Afastada da prefeitura de Natal por suspeitas de corrupção, a “verde” Micarla de Souza afunda a cada dia que passa. A oligarquia potiguar teme pelos efeitos devastadores das denúncias contra a ex-prefeita do PV. Nesta semana, o Ministério Público Estadual acusou a protegida do senador Agripino Maia, presidente do DEM, de pagar contas pessoais com dinheiro de propina de prestadoras de serviços e de fornecedoras de produtos. “Entre essas despesas, estão a escola dos filhos e a compra de joias”, relata o jornal O Globo.

O juiz da 7ª Vara Criminal de Natal, José Armando Ponte Dias, determinou o fim do sigilo das investigações do Ministério Público do Rio Grande do Norte sobre a contratação do Instituto de Tecnologia, Capacitação e Integração Social, para o combate à dengue. Os promotores detalharam o esquema de corrupção na Secretaria Municipal de Saúde. As transcrições de grampos telefônicos, e-mails e mensagens de celular, segundo o MP, revelaram uma rede articulada envolvendo empresários e servidores públicos.


O ex-marido de Micarla, o radialista Miguel Weber, também é acusado de participar da “quadrilha” que desviava recursos do município. As denúncias, feitas pelo procurador-geral Manoel Onofre Neto, incluem ainda os secretários de Saúde e Planejamento e o procurador-geral do município, todos presos. A decisão do procurador-geral se baseou nas investigações da Operação Assepsia, que apontou irregularidades em contratos de empresas com a prefeitura. Segundo ele, havia uma “situação geral de descalabro” em Natal.

Micarla de Souza foi afastada do cargo semana passada pelo desembargador Amaury Moura Sobrinho, que aceitou pedido do MP e determinou que o vice-prefeito Paulinho Freire (PP) assumisse a prefeitura até o julgamento do processo. Ela entrou com recurso no Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte contra a decisão. Na quarta-feira, o advogado da prefeita, Paulo Lopo Saraiva, também ingressou com pedido de habeas corpus no Superior Tribunal de Justiça (STJ) para reintegrá-la ao cargo.

Abalada, a prefeita afastada nega as acusações. Ela também reclama que foi rifada por seus aliados. Diante do escândalo, a população da capital potiguar deve se perguntar: por onde anda o senador Agripino Maia, o principal cabo-eleitoral de Micarla? Ele não adora se travestir de paladino da ética? Será que está com medo de criticar sua protegida? Estaria com o rabo preso?”

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