“Cúpula em Cádiz é realizada num cenário
inverso ao de séculos passados; hoje, são os europeus que precisam de ajuda e
contam com a riqueza da América Latina para saírem do buraco; pela primeira vez
no encontro, a presidente Dilma leva otimismo e promete facilitar a entrada de
empresas e mão-de-obra espanhola no País
A reunião da 22ª Cúpula Ibero-Americana de
Chefes de Estado e Governo, em Cádiz, neste ano, será realizada nesta
sexta-feira e sábado num cenário bastante diferente do que o de séculos
passados, quando a relação comercial entre a Espanha e as colônias da América
Latina era inversa: mercadores e aventureiros saíam das minas e das plantações
do império para levar seus tesouros ao país europeu. Hoje, as nações do Velho
Continente membros do grupo, Espanha e Portugal, vivenciam uma profunda crise,
enquanto as ex-colônias, como o Brasil, preveem um crescimento invejável ao
olhos dos europeus.
A esperança é que parte da riqueza atual e
potencial da América Latina sirva de bote salva-vidas para as duas nações.
Reportagem do jornal espanhol El País desta quinta-feira lembra que o país ibérico
"ainda é o principal investidor europeu na região" e, em todo o
mundo, o segundo. A presença espanhola no continente, porém, diz o texto, é
dominada por grandes empresas que, de acordo com uma pesquisa do Instituto
Empresarial, só pretendem manter, ou num grau muito menor, aumentar seus
investimentos por aqui.
A vez agora, lembra o El País, não é de
companhias como Telefonica e Santander, que há muito já buscam os frutos do que
investiram, mas de pequenas e médias empresas, que buscam novos mercados diante
da temida queda da demanda no continente europeu. A cúpula será o meio para que
se facilite a entrada dessas empresas nos países da região. A presidente Dilma
Rousseff, que participará do encontro pela primeira vez, levará otimismo aos
europeus. O governo brasileiro promete desburocratizar a entrada de mão-de-obra
espanhola no País. Uma contribuição da ex-colônia para tirar as nações em crise
do buraco.”
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