Renata Giraldi, Agência Brasil
“Em 2012, 119 jornalistas foram mortos, o
maior número desde que o Instituto Internacional de Imprensa (cuja sigla em
inglês é IPI) começou a pesquisar o assunto, em 1997. O IPI divulgou os dados
durante reunião, em Viena, na Áustria, promovida pela associação de editores de
imprensa e pelo Serviço de Informações das Nações Unidas.
Na América Latina, foram registradas 22
mortes de jornalistas. O local considerado mais perigoso para o exercício da
profissão é o México, onde sete profissionais foram assassinados. O Brasil,
Honduras e a Colômbia também aparecem no relatório do IPI. No Brasil, houve
quatro mortes, em Honduras, três, e na Colômbia, duas. No Peru, quatro
jornalistas morreram em um acidente de carro e no Equador, um foi baleado por
um homem em uma motocicleta.
Pelos dados do IPI, os conflitos na Síria
são responsáveis pela maior parte das mortes em 2012, registrando 36 mortos. Há
20 meses, a Síria vive sob um clima de guerra. Mais de 40 mil pessoas morreram,
segundo organizações não governamentais. As forças de segurança do governo e da
oposição se enfrentam nas principais cidades sírias.
O segundo país que mais registrou mortes de
profissionais de imprensa é a Somália, com 16. No relatório, o IPI destacou que
a Justiça do país não julgou ninguém "perpetuando uma cultura de
impunidade que encoraja novos ataques".
O exercício da profissão é considerado
perigoso no México, no Paquistão e nas Filipinas. No México, sete jornalistas
foram mortos em 2012 - cinco no estado de Veracruz, área próxima a Tamaulipas,
na fronteira com os Estados Unidos, regiões que concentram vários cartéis de
tráfico de drogas, armas e pessoas.
Cinco jornalistas foram mortos no Paquistão
e nas Filipinas. Segundo o relatório, nas Filipinas, há uma "cultura de
impunidade". No Iraque, na Palestina e no Bahrein, países que também vivem
momentos de tensão, foram registrados três mortes de jornalistas, em cada um.
O relator especial das Nações Unidas para a
Proteção da Liberdade de Imprensa, Frank La Rue, disse que a situação é mais grave nos países
onde não há conflitos declarados, como o México. "Qualquer ataque contra
os profissionais de imprensa deveria ser considerado um ataque contra a própria
democracia", acrescentou ele.”
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