Desemprego no País é o menor em dez anos

Índice caiu para 5,3% no mês passado, ante 5,4% em setembro, atingindo o menor nível para outubro desde 2002, informou o IBGE; ao mesmo tempo, também houve crescimento da renda da população

Rodrigo Viga Gaier, Reuters / Brasil 247

O desemprego brasileiro caiu para 5,3 por cento no mês passado, ante 5,4 por cento em setembro, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira, atingindo o menor nível para outubro desde o início da série histórica em 2002 e dentro do esperado pelo mercado.

Ao mesmo tempo, o crescimento do rendimento médio da população acelerou um pouco no período, também com aumento da população ocupada.

Pesquisa da Reuters mostrou que, pela mediana das previsões de 25 analistas consultados, a taxa recuaria para 5,3 por cento. As estimativas variaram de 5,0 a 5,6 por cento.

Com o resultado do mês passado, a taxa de desemprego permanece perto do recorde de 4,7 por cento registrado em dezembro do ano passado.

O IBGE informou ainda que o rendimento médio da população ocupada subiu 0,3 por cento no mês passado ante setembro, e subiu 4,6 por cento sobre outubro de 2011, atingindo 1.787,70 reais. Em setembro, a variação mensal havia sido positiva em 0,1 por cento.

O nível baixo de desemprego e o aumento da renda ajudam a atividade econômica brasileira, num momento em que ela ainda mostra sinais conflitantes de recuperação, ainda abalada pela crise internacional.

O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), considerado uma espécie de sinalizador do Produto Interno Bruto (PIB), indicou que a economia acelerou o ritmo de expansão no terceiro trimestre, mas a fraqueza em setembro mostrou que essa recuperação ainda não ganhou força.

No mês passado, a população ocupada cresceu 0,9 por cento na comparação com setembro, avançando 3,0 por cento ante o mesmo período do ano anterior, totalizando 23,366 milhões de pessoas nas seis regiões metropolitanas avaliadas.

Já a população desocupada, segundo o IBGE, chegou a 1,314 milhão de pessoas, queda de 0,9 por cento ante setembro e 5,1 por cento menor sobre um ano antes. Os desocupados incluem tanto os empregados temporários dispensados quanto desempregados em busca de uma chance no mercado de trabalho.

Entre outubro e setembro, informou o IBGE, o setor que mais contratou foi o da construção civil, com crescimento de 4,5 por cento, ou 80 mil pessoas.

Clima econômico melhora na América Latina

Agência Brasil - Os números do desemprego no Brasil vem ao encontro da divulgação de dados pelo Indicador Ifo/FGV, também divulgados nesta quinta-feira, que indica que na América Latina, o clima econômico avançou em outubro e atingiu 5,2 pontos, após recuar para 4,8 no trimestre anterior.

O Indicador que mede a Situação Atual (ISA) subiu, mas continua em nível relativamente baixo,  sendo o segundo pior desde abril de 2010 (superando apenas julho passado). Já o Indicador de Expectativas (IE) saltou para o maior nível desde janeiro de 2011.

No Brasil, o ICE saltou de 5,2 pontos para 6,1. Em cinco países a situação atual melhorou entre julho e outubro e seis países estão na zona de avaliação favorável. O Brasil registrou aumento no ISA, mas ainda está na faixa de avaliação negativa (4,9 pontos). As expectativas são positivas em quatro países e melhoraram em seis países. No caso do Brasil, o IE passou de 5,9 para 7,3 pontos.

O clima melhorou e mostra-se favorável para Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia e Paraguai. No Peru e Uruguai, o ICE recuou mas o clima continua favorável. Nos demais países houve aumento do ICE, mas o clima continua desfavorável (caso da Argentina) ou ficou estável (casos do México, Equador e da Venezuela).

O quadro geral para a América Latina, em especial para os países da América do Sul, está melhor na comparação entre julho e outubro. O ICE geral dos dez países sul-americanos registra um aumento de 4,6 pontos para 5,4 pontos entre julho e outubro, superior ao resultado para a América Latina, que passou de 4,8 pontos para 5,2 pontos, no mesmo período.

Ainda segundo a FGV, o clima econômico nos demais países do planeta não acompanha o otimismo latino-americano. O ICE mundial, elaborado pelo Instituto Ifo, continuou em queda, embora mais suave do que a registrada entre abril e julho. Na União Europeia houve piora tanto nas avaliações sobre a situação atual quanto nas expectativas.

As expectativas continuam se deteriorando na Grécia, Portugal e Espanha, tendência seguida também pelas duas principais economias da região – Alemanha e França. Déficit público e demanda fraca foram as duas questões com maior peso na avaliação dos principais problemas que os países europeus enfrentam, segundo a Sondagem Ifo de outubro.

Na Ásia, o recuo do ICE foi pequeno, de 4,8 pontos para 4,7 pontos. Na China, o ICE piorou e passou para a zona desfavorável, embora as expectativas ainda sejam favoráveis. O enfraquecimento da demanda continua sendo o único problema considerado importante enfrentado pelo país, segundo a pesquisa.

Na Índia, todos os índices melhoraram e o país encontra-se em fase de recuperação, mas a inflação (estimada pelo IFO em 6,4% para 2012), o déficit público, o desemprego e a falta de confiança nas políticas do governo são problemas graves identificados pelo estudo.

Nos Estados Unidos, o ICE continua na zona desfavorável do ciclo econômico, mas avançou ligeiramente entre julho e outubro, influenciado por melhores expectativas. Desemprego, déficit público e falta de confiança nas políticas governamentais tiveram um peso elevado e similar na avaliação dos problemas que o país enfrenta.

Falta de competitividade e de mão de obra qualificada foi o principal problema econômico apontado pelos países latino-americanos, resultado semelhante ao observado na Sondagem de abril, última vez em que este quesito foi incluído na pesquisa. O mesmo ocorre para o Brasil, embora o peso atribuído à questão da competitividade tenha diminuído, provavelmente associada à desvalorização da taxa de câmbio.

O ICE foi elaborado em parceria entre o Instituto alemão Ifo e a FGV tendo como fonte de dados a Ifo World Economic Survey (WES).”

Comentários