Altamiro Borges, Blog do Miro
“Após passar 266 dias na cadeia, o mafioso
Carlinhos Cachoeira deixou o presídio da Papuda na madrugada desta quarta-feira
(21). A decisão de soltá-lo foi tomada pela juíza Ana Claudia de Oliveira
Barreto, do Distrito Federal, que julgou que “não subsiste a necessidade de
segregação cautelar”. Ao mesmo tempo, ela condenou o “empresário” – como
insiste em chamá-lo a mídia privada – a cinco anos de prisão em regime aberto. Estas
decisões devem ter agradado a direção da Veja, que mantém intimas ligações com
o mafioso.
Cachoeira foi preso em 29 de fevereiro com base nas
investigações da Operação Monte Carlo, da Polícia Federal. Ele foi acusado de
comandar um esquema de jogo ilegal, de possuir vasta rede de empresas de
fachada e de corromper agentes públicos. As investigações também comprovaram a
sua forte influência sobre parlamentares, governadores e prefeitos – como o
demo Demóstenes Torres, o “mosqueteiro da ética” da revista Veja que foi
cassado no Senado, e o tucano Marconi Perillo, governador de Goiás.
Escutas telefônicas apontaram ainda as
relações intimas do chefe do crime organizado com a direção da Veja. Em dezenas
de ligações, Carlinhos Cachoeira menciona Policarpo Jr., editor da revista,
apelidado de “Caneta”. Ele serve como fonte principal da publicação, ajudando a
queimar adversários, e também usa o veículo para divulgar seus “negócios”. Segundo
as investigações da PF, Policarpo Jr. fabricou reportagens na revista feitas a
partir de grampos clandestinos produzidos pela quadrilha do mafioso.
Diante de tantas evidências, o relator da
CPI do Cachoeira, deputado Odair Cunha (PT-MG), decidiu pedir o indiciamento de
Policarpo e sustentou que o chefão da revista Veja manteve relações criminosas
com a quadrilha. A péssima notícia, porém, foi amenizada hoje com a soltura da
prisão do mafioso. Agora, em liberdade, ele poderá novamente prestar os seus
“serviços” à publicação da famiglia Civita!”
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