Mauro Mateus dos
Santos, o Sabotage
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José Francisco Neto, Redação Brasil de Fato
O “maestro do Canão” – referência à favela em que morava – entrou para a história como músico e ator. Considerado uma lenda no movimento Hip Hop, Sabotage começou a carreira em 1988, quando se inscreveu em concursos de rap. Num deles, no salão Zimbabwe, conheceu Mano Brown e Ice Blue, ambos do Racionais MC's, que se impressionaram com a performance de palco dele. Mas foi com o grupo RZO (Rapaziada Zona Oeste) que Sabotage viu seu trabalho repercutir no rap nacional.
Na sequência, gravou o primeiro e único disco solo, intitulado "Rap é Compromisso", gravado pelo selo Cosa Nostra, o mesmo que lançou o disco "Sobrevivendo no Inferno", dos Racionais MC's.
Além de rapper, Sabotage também atuou no cinema. Participou do filme “O Invasor”, de Beto Brant, e também de “Estação Carandiru”, de Hector Babenco.
O rapper agora voltará à cena, no documentário “Sabotage, o Maestro do Canão”, que será lançado no 1º semestre do ano que vem. Além do circuito comercial, será exibido em mostras itinerantes nas periferias. Dirigido por Ivan Vale Ferreira, da 13 Produções, o documentário traz depoimentos de diversos músicos e pessoas ligadas a ele, demonstrando a importância desse artista que misturou estilos e se tornou uma lenda após sua morte.
Em entrevista ao Brasil de Fato, o diretor do documentário fala da trajetória do rapper e da falta que ele faz hoje no cenário musical.
Brasil de Fato - Como surgiu a ideia de fazer o documentário sobre a vida do Sabotage?
Esse projeto começou em 2002. Ele é fruto
de outro projeto que eu já realizei, um documentário que se chama “Favela no
ar”. Nesse documentário chegaram dois gringos aqui no Brasil, e eles fazem um
trabalho bem legal de viajar o mundo pegando cultura underground dos lugares. Na
pauta deles estava o Brasil. Eles vieram pra cá e, em São Paulo, precisavam de
alguém para ajudá-los na produção. Na época indicaram meu sócio, o Tiago
Bambine, que me chamou para fazer o projeto com ele. A gente foi produzir
entrevistas com alguns artistas do cenário mais underground do rap naquela
época. A gente entrevistou o RZO, o 509-E, o Kl Jay, o Xis, entrevistamos uma
galera e o Sabotage também pra fazer esse trampo. O início foi em junho, época
da Copa do Mundo. Aí passaram-se seis meses e o Sabotage foi assassinado, isso
em janeiro de 2003. Esse material todo que a gente tinha filmado estava lá com
os gringos, eles iam ver o que iam fazer ainda. Mas ia demorar o processo. Aí
eu liguei pros caras e disse “bicho, o Sabota morreu, eu queria que vocês
mandassem o material da entrevista que a gente fez com ele, porque eu tô
querendo fazer um trampo aqui em homenagem a ele”.
Foto: 13 Produções
Entrevista Completa, ::AQUI::
Comentários
Gastar tempo falando de bandido, que merda.
Tanta coisa que poderiam falar, mostram um vagabundo bandido.