“Prevalece a tendência de os pobres votarem
no lulismo e os ricos optarem pela oposição
André Singer, Folha de S. Paulo
Até 28 de outubro o balanço é provisório,
pois tudo pode mudar na última hora, mas, mantidos os indicadores atuais, o
realinhamento de 2006 se mostrará influente no próximo domingo.
Não se trata apenas das conquistas que o
lulismo deverá colher em prefeituras com perceptível peso político, mas da
continuidade, para além das siglas partidárias, do tipo de divisão social que
as eleições têm expressado.
Prevalece, desde então, a tendência de os
pobres votarem nos candidatos lulistas e de os ricos optarem pela oposição.
O caso de São Paulo é emblemático. Até
sexta passada, na periferia do extremo leste, para cada morador disposto a
escolher Serra encontravam-se quase quatro inclinados a sufragar o nome de
Haddad, mostrando para onde migrou o voto conservador de Russomanno. Já nas
regiões oeste e sul 1, as mais ricas, o tucano tinha maioria.
Mas não apenas em São Paulo -que com 8,6
milhões de eleitores desequilibra o quadro nacional- o sufrágio está polarizado
pela renda.”
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