Folha: Errei, mas não fui eu

Reportagem da Folha sobre os erros dos institutos de pesquisa nas eleições de 2012 não chega a ser propriamente uma autocrítica e lembra uma famosa camiseta popularizada pelo cantor Lobão; institutos como Datafolha, de Otávio Frias, Ibope, de Carlos Augusto Montenegro, e Vox Populi, de Marcos Coimbra, erraram feio em cidades como São Paulo e Curitiba


Se dependesse do Ibope, do Datafolha e do Vox Populi, o atual prefeito de Curitiba, Luciano Ducci, do PSB, com apoio do PSDB, estaria no segundo turno na capital paranaense. Como se sabe, ele perdeu para Gustavo Fruet, do PDT, com apoio do PT, que sempre foi mantido fora da disputa a uma distância superior à das margens de erro.

Se dependesse do Datafolha, instituto ligado ao grupo Folha, Fernando Haddad, do PT, também teria ficado de fora, mas os resultados oficiais lhe deram 5 pontos a mais de que indicavam as pesquisas, enquanto Celso Russomano, do PRB, teve cinco pontos a menos.

Para fazer face às críticas, a Folha publicou nesta quarta-feira uma reportagem de página inteira intitulada “Institutos de pesquisa são alvos de críticas após resultado das urnas”, o que não chega a ser propriamente uma autocrítica. Segundo Mauro Paulino, diretor-geral do Datafolha, sequer há o que se justificar. “Não houve erro. Fomos o primeiro instituto a mostrar a queda de Russomano e a subida de Serra e Haddad. O instituto não tem como dizer na véspera o que não ocorreu”. Segundo Paulino, o trabalho de um instituto se assemelha mais ao de um fotógrafo do que ao de um meteorologista.

Distorções e eventuais manipulações de pesquisas eleitorais serão investigadas pela Polícia Federal, num inquérito aberto a pedido do Movimento dos Sem-Mídia, que conta com o apoio do Blog da Cidadania, de Eduardo Guimarães.”

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