Idade Média cibernética



Foi ontem mas parece que muito mais tempo nos separa das "profecias" alardeadas pelos arautos do neoliberalismo e suas proclamações solenes sobre o fim da História, as delícias da nova ordem mundial, inaugurando um novo tempo sem conflitos de classes, um mundo sem fronteiras, imperialismos, guerras, concebido na paz.

Eduardo Bomfim, Vermelho

O professor Luiz Gonzaga Belluzzo no recente artigo "Desordem na engrenagem da civilização", publicado no Valor Econômico, demonstra que a "financeirização e globalização extremadas por essa nova ordem mundial reverteu tendências à maior justiça entre os povos, nações, observadas após a Segunda Guerra mundial até final dos anos setenta".

Ao contrário do que diziam os filósofos da pós-modernidade capitalista as pessoas se "distanciaram na realização da utopia de trabalhar menos para viver mais, os avanços da microeletrônica, informática, automação dos processos industriais não permitiram vislumbrar a libertação das fadigas mas aumentaram os mecanismos da bolha financeira", concentração do capital e exploração da força do trabalho.

Quanto ao consumo forjou-se uma compulsão dos indivíduos, associada a um mar de hipocrisia totalitário-conservadora, onde o fetiche de uma volátil obsolescência da mercadoria propõe-se a substituir as ideologias, os grandes valores universais erigidos pela civilização, a arte, a cultura, determinar os rumos da política que ficaria assim desgovernada, sem norte ou bússola, nivelada pelo pragmatismo mais vulgar.”
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