Gestão Kassab encerra mandato com dívida de R$ 58 bi



Dados divulgados, neste sábado (1°), apontam que a gestão do tucano Gilberto Kassab o caso mais grave de endividamento entre os maiores orçamentos do país. E proibida pela Lei de Responsabilidade Fiscal de obter novos empréstimos, a prefeitura de São Paulo não consegue acompanhar o ritmo de expansão dos investimentos públicos dos últimos anos.

Vermelho / Folha

A dívida soma R$ 58 bilhões, a maior parte dela com a União, que socorreu financeiramente a cidade em 2000, quando a dívida, na casa dos R$ 11 bilhões, era tida como impagável com os juros da época. Pelos limites legais, o valor não deveria ultrapassar R$ 35 bilhões, ou seja, 120% da receita de R$ 29 bilhões contabilizada em 2011.

De acordo com a pesquisa, nenhuma das demais grandes metrópoles do país se aproxima desses números. No Rio de Janeiro e em Salvador, as dívidas ficam em torno de metade da receita. Em Belo Horizonte, de um terço.

Administração irresponsável

Proibida de tomar crédito, a Prefeitura de São Paulo não tem acesso aos recursos oferecidos por bancos públicos e instituições internacionais para financiar obras de urbanismo, transportes e projetos ligados, por exemplo, à Copa.

Do orçamento do ano passado, os investimentos paulistanos somaram pouco mais de R$ 3 bilhões, enquanto juros e amortização da dívida chegaram a R$ 3,5 bilhões.

Em 2011, a Prefeitura de São Paulo levou ao Tesouro Nacional proposta para rever sua dívida, de novo considerada "impagável" hoje pela administração municipal.

Escalada

Segundo a pesquisa, a prefeitura liderou o crescimento da dívida de Estados e capitais do país no mandato de Paulo Maluf (hoje PP), encerrado em 1996. A conta comprometeu a gestão de seu sucessor, Celso Pitta, que teve o atual prefeito, Gilberto Kassab, como secretário de Planejamento.

Pitta renegociou a dívida graças ao socorro do governo Fernando Henrique Cardoso, do qual o tucano José Serra era ministro da Saúde.

Em 2000, Maluf perdeu as eleições na capital para Marta Suplicy (PT). Também fracassou sua intenção de eleger Celso Russomanno prefeito de Santo André.

Em 2030, fim do prazo estipulado para o pagamento da dívida, São Paulo terá pago R$ 170 bilhões e, ainda assim, ficará com um saldo devedor de R$ 215 bilhões, calcula o secretário municipal de Finanças, Mauro Ricardo, que também ocupou o cargo na gestão de José Serra.”

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