“Não é normal um jornalista pedir a um
bicheiro, useiro e vezeiro de grampos ilegais, que levante ligações de um
deputado; no entanto, em vez de responder à reportagem de Carta Capital sobre
as ligações entre Policarpo e Cachoeira, a editora comandada por Fábio Barbosa
se calou sobre o caso; nesta edição, a revista declara apoio ao governo Dilma
Há, no entanto, um pacto de silêncio na imprensa brasileira. Nenhum veículo que integra a chamada “grande mídia” – ou o chamado “Partido da Imprensa Golpista”, como alegam seus críticos – repercute notícias da revista Carta Capital. Foi assim, por exemplo, na lista recente sobre o mensalão mineiro e o mesmo ocorre no caso Policarpo. Alguns jornais, como a Folha de S. Paulo, por exemplo, já decretaram que há apenas uma relação “fonte-jornalista” no envolvimento Policarpo-Cachoeira.
No resto do mundo, no entanto, escândalos que atingem a mídia são cobertos por todos os veículos – a começar por aqueles que são atingidos pelas denúncias. Nesta semana, por exemplo, a revista Time e a televisão CNN decidiram suspender o colunista Fareed Zakaria, um dos mais consagrados comentaristas norte-americanos, porque ele está envolvido num caso de plágio. Na Inglaterra, a ex-toda-poderosa Rebekah Brooks, que comandava o império de tabloides de Rupert Murdoch, terminou no banco dos réus porque estava envolvida, também, num escândalo de grampos ilegais contra celebridades. Murdoch pediu desculpas e fechou um jornal.
Tática do avestruz
No Brasil, o jogo é muito diferente. Embora
o caso Policarpo-Cachoeira tenha se espalhado como pólvora na internet e nas
redes sociais, a revista finge que não é com ela. Falou uma vez, no início da
crise, citando um trecho parcial de um grampo, em que Cachoeira dizia
que “Policarpo nunca vai ser nosso”, e na semana retrasada, quando Andressa
Mendonça, esposa do bicheiro, chantageou um juiz, ameaçando soltar, pelas mãos
de Policarpo, um dossiê negativo contra ele, em Veja.”
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