“Em memorial secreto enviado aos ministros
do STF, ele tenta provar que sua prova testemunhal contra José Dirceu foi
confirmada nos autos; o problema é que, na sustentação oral do advogado Luiz
Francisco Barbosa, a testemunha Roberto Jefferson mudou o depoimento e passou a
culpar o ex-presidente Lula; Gurgel ficou num beco sem saída
Roberto Jefferson deu mesmo um nó na cabeça
da procurador-geral da República, Roberto Gurgel. Alvo de críticas na Polícia
Federal, no Ministério Público e mesmo no Supremo Tribunal Federal por ter apresentado
uma denúncia fraca, ancorada apenas em provas testemunhais na acusação contra o
“chefe da quadrilha” José Dirceu, Roberto Gurgel tentou sair da defensiva. Segundo
noticia o portal Uol (leia mais aqui),
ele enviou ontem aos 11 ministros do STF um novo memorial afirmando que há
documentos que comprovam a participação de Dirceu no mensalão.
Ora, se há documentos, eles deveriam ter
sido apresentados na denúncia original. E foi o próprio Gurgel quem, na
sustentação oral de sua denúncia, no dia 3 de agosto, afirmou que, em crimes de
quadrilha, a prova testemunha vale tanto quanto a documental. O problema é que
sua prova testemunhal mudou o testemunho. Roberto Jefferson, que antes acusava
José Dirceu de ser o “chefe da quadrilha”, passou a dizer que esse papel era
exercido pelo ex-presidente Lula, quando seu advogado, Luiz Francisco Barbosa,
teve a oportunidade de falar diante dos ministros do STF. Ou seja: se a palavra
da testemunha tem valor, a obrigação de Gurgel é investigar Lula. Se não tem, o
procurador-geral deveria rever sua posição em relação aos outros réus.
Pelo andar da carruagem, ele fará de tudo
para condenar Dirceu, sem provas materiais nem testemunhais (uma vez que a
testemunha mudou sua versão), apenas porque não tem coragem de enfrentar o
ex-presidente Lula.
Gurgel está num beco sem saída.”
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