Rodolpho Motta Lima, Direto da Redação
“Se considerarmos como um bom conceito
para democracia aquele que a afirma como um regime político em que o
Governo é “do povo, pelo povo, para o povo”, e, a partir daí,
tentarmos estabelecer uma espécie de índice de “Democracia Interna Bruta”
(substituindo o “PIB” pelo “DIB” como elemento aferidor do progresso
nacional), inevitavelmente teremos que analisar em que medida o conjunto
de leis do país vem evoluindo de forma a corresponder às aspirações
cidadãs do seu povo.
Muitas vezes, o próprio povo , fazendo
valer o verdadeiro sentido da expressão “opinião pública”, é quem toma a
iniciativa de provocar a legislação de que se ressente, revelando, nessas
oportunidades, a omissão daqueles a quem conferiu
representabilidade. Esse é o caso da lei da “ficha limpa”, que provavelmente
jamais teria sido elaborada pelos nossos legisladores se não tivesse havido a
pressão popular.
Paradoxalmente, é fato raro que o povo
consiga sobrepor-se a seus “representantes” e veja atendidos, pelo sistema
legal, os seus interesses. Muitas vezes, o próprio povo
perde oportunidades que lhe são “concedidas”, não percebendo manipulações que
escondem interesses que não são os da cidadania. Penso que isso
aconteceu, por exemplo, na consulta popular (uma das raras em nosso país) feita
sobre o desarmamento, quando uma forte campanha da turma das armas , amparada
por expressivo apoio midiático, consagrou a tese de que era necessário
preservar entre nós a venda legal de armamentos.
A recente votação do Código Florestal é
outro exemplo significativo do distanciamento entre os interesses legítimos da
população e as espúrias conveniências dos assim chamados “ruralistas”, um
eufemismo para mascarar muitos latifundiários e exploradores responsáveis pelo
desmatamento de nossas matas. Uma “bancada” surreal - quase um terço do
Congresso – que representa algo totalmente contrário aos interesses do povo
eleitor e, por extensão, do país.
Mas nem tudo está perdido nesse
campo. Refiro-me aqui à recente deliberação do Senado que, como resultado
de legítimas pressões, vem atender a reclamos da sociedade, aprovando o projeto
que regulamenta o sistema de cotas raciais e sociais nas universidades públicas
federais em todo o país. Metade das vagas nas universidades deve ser separada
para cotas e essa reserva – para alunos da rede pública - será dividida
meio a meio, entre cotas sociais (para os comprovadamente carentes)
e raciais (destinadas aos estudantes negros, pardos ou indígenas, conforme
distribuição censitária em cada estado da Federação).”
Artigo Completo, ::AQUI::
Comentários
-O argumento sobre a diferença de capacidade entre etnias supostamente implícito no projeto é ridículo. Lembra muito o argumento da ditadura militar a respeito da "divisão do bolo" (divisão da riqueza produzida no país). Assim como as classes mais desfavorecidas (que tem uma grande, senão maior, parcela da população afrodescendente) ficariam eternamente em berço "esplêndido" de cipó de aroeira aguardando a "divisão do bolo", ficariam também -logicamente- eternamente aguardando uma oportunidade de ascender ao ensino superior.
-"direito de portar armas e me defender eu não tenho?"
Sem comentários. É o supra-sumo do "discurso" da direita.
-"o codigo florestal pq vc não vai a amazonia ou ao mato grosso e ve oque estão fazendo com as terras"
Alguém não viu um texto neste blog, um pouco abaixo deste post, com referencia à bancada ruralista. Alguém que por ignorância ou conveniência tenta desviar a atenção dos destruidores de florestas, escravagistas e assassinos de líderes camponeses e sua representação no Congresso. Então, tá!
Quanto ao codigo florestal não vai mudar nada, os pires desmatamentos ocorrem nas "terras de ninguem," lugares onde a falta de estudo e ignorancia do povo provocada por anos de descaso dos politicos locais, faz com que a população eleja qualquer um (sarneis da vida) que obtem muito lucro destruido as nossas riquesas
Luiz Arruda
direto ao ponto das cotas: voce seria operado por um medico cotista? eu sinceramente se soubesse que meu medico foi cotista, procuraria outro. nao sou uma pessoa racista, muito pelo contrario, mas no futuro vou evitar medis negros.
Porquê se me lembro bem na época do plebicito pelo desarmamento ocorreu exatamente o contrário do que você disse no texto: O apoio massivo da mídia em prol do desarmamento (principalmente a globo), e ainda assim, a população não se deixou manipular.
Em relação as cotas, a solução não é essa. Solução mesmo seria equiparar o ensino público ao particular, pois é bem verdade que é quase nula a chance de uma pessoa que estudou em escolas públicas a vida inteira, competir com alguém que estudou toda uma vida em escolas particulares, e ainda fez uns dois anos nos melhores cursinhos para tentar passar em medicina. Mas como vivemos no mundo real e não no ideal, as cotas SOCIAIS, podem resultar numa solução temporária.
Sem mais.
Este é um post racista, escrito - e defendido - por racistas.
Quem concorda é sangue bom. Aliás, se é da cor, concorda mesmo sem ler o texto de péssima redação.
Quem não concorda, é direitista, branco, errado, "hidrofóbico", etc.
O certo é que novos tempos chegaram e a agora é a hora dos brancos de olhos azuis sofrerem a discriminação. E os negros viverem as regalias, mesmo sem fazer por merecê-las. Afinal, eles são negros...