“Os valores éticos de civilização nos
campos geopolítico, ideológico, cultural e econômico que bem ou mal subsistiram
até o final do século vinte, desmoronaram e não foram substituídos por novos
valores mais avançados que favorecessem a grande maioria da humanidade. Essa é uma das conclusões do sociólogo polonês radicado na Grã Bretanha,
Zygmunt Bauman, em seu esforço de diagnosticar o surgimento de fenômenos
típicos desses tempos de hegemonia neoliberal, da nova ordem mundial.
Eduardo Bomfim, Vermelho
Mesmo que várias de suas conclusões possam
ser questionáveis há um resultado positivo em caracterizar situações e
comportamentos que reflitam esse momento da História onde há uma grave, imensa
centralização e concentração do capital a nível global.
Afirma que existe um evidente mal-estar generalizado em relação àquilo que passou a se chamar "a pós-modernidade" porque a sensação disseminada entre as nações é a da extrema dificuldade em trilhar um itinerário escolhido uma vez abraçado pelas maiorias.
Porque a globalização seletiva do capital, comércio, da vigilância e informação, do crime organizado transnacional, das grandes corporações militares (como a OTAN sob hegemonia imperial) possuem em comum o desdém pelo princípio da soberania territorial e o desrespeito a qualquer fronteira entre os Estados, expostos aos golpes do "destino imposto".
Assim é que se explica, afirma ele, a perda relativa de autonomia do Estado nacional declinada em favor do capital, especialmente o financeiro, assim como o enfraquecimento da função primordial dos poderes legislativos nas democracias representativas no que concerne às grandes questões políticas cujos legisladores vão sendo restringidos à condição de prestadores de serviços às comunidades.
Para Bauman "mercados sem fronteiras" é uma receita para a desordem mundial, flagrada mais uma vez nas crises da União Europeia e Estados Unidos, onde a conhecida formulação de Clausewitz foi revertida de modo que a política é que se tornou a continuação da guerra por outros meios.
Ele enfatiza que o principal movimento do capital global tem sido a tentativa de desmantelamento das grandes ideias transformadoras, "destruição dos direitos civis e políticos" para entronizar em seu lugar "um horizonte oposto, distópico, fatalista" exigindo tenaz resistência para alcançar novos tempos mais promissores, mais avançados para a humanidade.”
Afirma que existe um evidente mal-estar generalizado em relação àquilo que passou a se chamar "a pós-modernidade" porque a sensação disseminada entre as nações é a da extrema dificuldade em trilhar um itinerário escolhido uma vez abraçado pelas maiorias.
Porque a globalização seletiva do capital, comércio, da vigilância e informação, do crime organizado transnacional, das grandes corporações militares (como a OTAN sob hegemonia imperial) possuem em comum o desdém pelo princípio da soberania territorial e o desrespeito a qualquer fronteira entre os Estados, expostos aos golpes do "destino imposto".
Assim é que se explica, afirma ele, a perda relativa de autonomia do Estado nacional declinada em favor do capital, especialmente o financeiro, assim como o enfraquecimento da função primordial dos poderes legislativos nas democracias representativas no que concerne às grandes questões políticas cujos legisladores vão sendo restringidos à condição de prestadores de serviços às comunidades.
Para Bauman "mercados sem fronteiras" é uma receita para a desordem mundial, flagrada mais uma vez nas crises da União Europeia e Estados Unidos, onde a conhecida formulação de Clausewitz foi revertida de modo que a política é que se tornou a continuação da guerra por outros meios.
Ele enfatiza que o principal movimento do capital global tem sido a tentativa de desmantelamento das grandes ideias transformadoras, "destruição dos direitos civis e políticos" para entronizar em seu lugar "um horizonte oposto, distópico, fatalista" exigindo tenaz resistência para alcançar novos tempos mais promissores, mais avançados para a humanidade.”
Comentários