Muito além da caricatura

Ascensão da nova classe média é retratada até na novela da Globo

Amanda Lourenço, CartaCapital

“Nunca a classe média foi tão representativa no Brasil: o percentual da população definida nesta categoria pulou de 35% para quase 60% nos últimos 20 anos. Com o aumento do poder de compra, os hábitos mudaram e a chamada nova classe C passou a ter acesso a bens e serviços antes inacessíveis. A internet, por exemplo, deixou de ser artigo de luxo e se incorporou à rotina do novo segmento.

Os impactos desta ascensão na economia são evidentes. “No curto prazo isto se refletiu nas vendas maiores do comércio varejista e, consequentemente, nos resultados das empresas. Fato interessante é que essa nova classe média também busca os produtos que valorizam as respectivas origens e não o estilo de vida das elites”, explica Gílson de Lima Garófalo, professor de economia da PUC-SP. Para se aproximar deste público, diversas empresas começaram a se mover para atender à nova demanda, ampliando a oferta de produtos tecnológicos, de higiene e beleza e serviços educacionais e bancários.

Na outra ponta, economistas, institutos de pesquisa de mercado e até novela da Globo se debruçam sobre o grupo para retratar (ou se aproximar) do fenômeno. Tanta atenção repentina começa a gerar reações entre estudiosos e lideranças do próprio grupo. Em maio, o economista Marcio Pochmann, então presidente do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), lançou um livro para apontar as diferenças entre a classe emergente e a classe média tradicional, essa última mais politizada e propensa a um consumo consciente. Em entrevista a CartaCapital, alertou para o esgotamento do fenômeno, que precisaria agora de um salto educacional para se firmar. No último fim de semana, o estudante de letras Leandro Machado, colunista da Folha de S.Paulo e morador de Ferraz de Vasconcelos (SP), causou frisson na internet ao ironizar, em artigo intitulado “De repente, Classe C”, a caricaturização de grupos historicamente marginalizados. Em outras palavras, minimizava o fato de ter acesso a bens de consumo como geladeira nova e ainda ter medo de enchentes e do transporte público ainda precário de sua cidade.”
Foto: Avenida Brasil / TVGlobo
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Comentários

Unknown disse…
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