O Estadão, surdo e mudo


Carlos Motta, CRÔNICAS DO MOTTA

“Fiquei sabendo outro dia que o Estadão demitiu todas as telefonistas e acabou com o serviço "ao vivo". Quem não conhece as sutilezas do trabalho jornalístico pode não dar muito importância à medida, creditá-la ao "progresso" ou mesmo achar que ela beneficia a empresa, pois corta custos - e, como reza a cartilha dos entendidos em administração, reduzir despesas é sempre salutar.
Acontece, porém, que o jornalismo não é uma atividade como outra qualquer. Os jornalistas, por exemplo, são requisitados, quase sempre, a contatar a fauna mais variada que existe. Num plantão, um repórter que cobre, digamos, política, pode precisar conversar com uma autoridade da área médica, ou policial, ou repercutir uma notícia econômica. E mesmo com a facilidade que hoje as assessorias de imprensa proporcionam, às vezes a situação se complica. São poucos os profissionais que têm uma agenda telefônica eclética o suficiente para atender a todas as emergências.
No Estadão, quem resolvia essas paradas eram as telefonistas. Algumas estavam no jornal havia décadas, conheciam os repórteres como se fossem de sua família. Não só quebravam um galho, mas davam um suporte extraordinário ao trabalho cotidiano.”
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