Mãos atadas. Os
EUA e a
Europa não tem condições
de propor mudanças, diz Calame
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Gianni Carta, CartaCapital
CartaCapital: O que podemos esperar da Rio+20?
Pierre Calame: Estamos passando por um momento trágico na história. Quando no ano passado estivemos com Michel Rocard (ex-primeiro-ministro socialista e embaixador da França para assuntos polares e aquecimento climático) no Brasil, estávamos numa posição de suplicantes. Em miúdos, o fracasso do evento parecia programado. E o governo brasileiro é o único que pode evitar essa catástrofe.
Version française:
‘Le Brésil peut éviter la catastrophe’
CC: Por que o governo brasileiro?
PC: Porque o Brasil não é historicamente dominante no tablado internacional. Por razões históricas, não cabe a nós, ocidentais do chamado Primeiro Mundo, tomar a iniciativa para colocar na agenda a adoção de uma Carta de Responsabilidade Universal. Se um país europeu tomasse tal inciativa o ato seria interpretado como ocidental. Isso porque a comunidade internacional é nossa herança. Na governança do Brasil há duas vantagens significativas. Por um lado, o País não possui armas nucleares. Por outro lado, está entre os principais emergentes no mundo multipolar. Ademais, o Brasil resistiu bem à crise, enquanto a Europa está completamente presa no debate sobre a Grécia, o euro etc. Os norte-americanos estão polarizados na reeleição ou não de Barack Obama, em um país onde a extrema-direita alega que a mudança climática é uma conspiração comunista contra a democracia. E os chineses, que poderiam ter sido interessantes neste debate, estão sob as garras de seu Congresso indiferente à mudança climática.”
PC: Porque o Brasil não é historicamente dominante no tablado internacional. Por razões históricas, não cabe a nós, ocidentais do chamado Primeiro Mundo, tomar a iniciativa para colocar na agenda a adoção de uma Carta de Responsabilidade Universal. Se um país europeu tomasse tal inciativa o ato seria interpretado como ocidental. Isso porque a comunidade internacional é nossa herança. Na governança do Brasil há duas vantagens significativas. Por um lado, o País não possui armas nucleares. Por outro lado, está entre os principais emergentes no mundo multipolar. Ademais, o Brasil resistiu bem à crise, enquanto a Europa está completamente presa no debate sobre a Grécia, o euro etc. Os norte-americanos estão polarizados na reeleição ou não de Barack Obama, em um país onde a extrema-direita alega que a mudança climática é uma conspiração comunista contra a democracia. E os chineses, que poderiam ter sido interessantes neste debate, estão sob as garras de seu Congresso indiferente à mudança climática.”
Entrevista Completa, ::AQUI::
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