“Rôney
Rodrigues
narra: como são preparadas manifestações-relâmpago em que jovens denunciam
ex-torturadores onde moram, para exigir verdade sobre ditadura
Rôney Rodrigues, Outras Palavras
Os moradores que caminham por seu bairro, na praia da Astúrias, no Guarujá, tampouco devem desconfiar que esse tenente-coronel reformado era do alto-escalão do Departamento de Operações de Informação dos Centros de Operações de Defesa Interna (DOI-CODI) e da Operação Bandeirante – um grupo especializado na caça de organizações que se opunham à ditadura –, chefiando equipes de busca e interrogatórios entre 1969 e 1971.
Também nem deve passar por suas cabeças que uma recente decisão do Tribunal Regional Federal (TRF), que o livrou de ser processado por acusações de tortura, poderia afetar seu humor pela manhã, deixando-o mais radiante e com um “bom dia” mais efusivo, crente que, agora, “está começando a se fazer justiça”.
Nem devem imaginar que, em janeiro de 1970, Maurício Lopes Lima comandou a prisão de Dilma Rousseff, torturada quando era apenas Estela, uma das lideres da organização VAR-Palmares.
É, olhando para um senhorzinho como o reformado tenente-coronel Lima, passeando pelas ruas de veraneio do Guarujá não dá para supor muita coisa.
Não é possível supor, mas a memória resiste
e esse senhorzinho ainda é acusado de assassinatos e crimes que ferem os
direitos humanos durante a ditadura militar – denuncias presentes, inclusive,
no dossiê Brasil: Nunca Mais.
Como no caso de Dilma. Cinco meses depois de sua prisão, ela deu um depoimento
à Justiça Militar, em Juiz de Fora, revelando que Lima chefiou e presenciou
suas sessões de tortura, que incluíam choques elétricos, pau-de-arara e
palmatória.”
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