Edival Lourenço, Revista Bula
“O ouro que bandeirantes, escravos e
aventureiros extraíram de Goiás, Minas e Mato-Grosso, no século 18, foi
repassado quase que em sua totalidade à Inglaterra, por força de um tratado que
incluía a proteção militar a Portugal e suas caravelas ao redor do mundo. O
aporte financeiro do ouro possibilitou à Inglaterra disparar a Revolução
Industrial, bancando os custos da mudança de uma produção de bases artesanais
por meio das associações de ofício para a produção em escala, tendo como força
motriz a máquina a vapor. Vários países detinham o conhecimento para detonar a
Revolução Industrial. Dentre eles a França, a Holanda, a Alemanha. Mas foi a
Inglaterra quem amealhou os recursos suficientes para a grande virada na
economia. Abriu assim as cortinas para o capitalismo contemporâneo.
Hoje a economia global passa por crises. No
entanto, o ouro continua a jorrar para certas empresas. Agora o ouro da Terra é
a economia capilar, da computação em nuvem, das empresas pontocom. Conseguem
sugar microgotas de sangue de economias e pessoas combalidas em todo o mundo,
por meio das redes sociais. Empresas saem do zero a bilhões de dólares num
prazo em que, no Brasil, mal daria para se tirar o CNPJ e o alvará de
localização.”
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