Marcos Coimbra, CartaCapital
“Ao contrário do que se costuma pensar, o
sistema partidário brasileiro tem um enraizamento social expressivo. Ao
considerar nossas instituições políticas, pode-se até dizer que ele é muito
significativo.
Em um país com democracia intermitente,
baixo acesso à educação e onde a participação eleitoral é obrigatória, a
proporção de cidadãos que se identificam com algum partido chega a ser
surpreendente.
Se há, portanto, uma coisa que chama a
atenção no Brasil não é a ausência, mas a presença de vínculos partidários no
eleitorado. Conforme mostram as pesquisas, metade dos eleitores tem algum
vínculo.
Seria possível imaginar que essa taxa é
consequência de termos um amplo e variado multipartidarismo, com 29 legendas
registradas. Com um cardápio tão vasto, qualquer um poderia encontrar ao menos
um partido com o qual concordar. Mas não é o que acontece. Pois, se o sistema
partidário é disperso, as identificações são concentradas. Na verdade,
fortemente concentradas.
Entre
os três, um padrão semelhante. Sozinho, o PT
representa quase 60% das identidades partidárias, o que faz que todos os
demais, incluindo os grandes, se apequenem perante ele. Em resumo, 50% dos
eleitores brasileiros não têm partido, 30% são petistas e 20% simpatizam com
algum outro – e a metade desses é peemedebista ou tucana. Do primeiro para o
segundo, a relação é de quase cinco vezes.”
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