Luis Nassif, Luis Nassif Online
“Em 2008 dei início à primeira batalha de um Blog contra uma grande
publicação no Brasil.
Foi "O Caso de Veja", uma série de reportagens denunciando o jornalismo da revista Veja.
Nela, selecionei um conjunto de escândalos inverossímeis, publicados pela
revista. Eram matérias que se destacavam pela absoluta falta de discernimento,
pela divulgação de fatos sem pé nem cabeça.
A partir dos "grampos" em Carlinhos Cachoeira
foi possível identificar as matérias que montava em parceria com a revista. A
maior parte delas tinha sido abordada na série, porque estavam justamente entre
as mais ostensivamente falsas.
Com o auxílio de leitores, aí vai o mapeamento das matérias:
Cachoeira: Jairo, põe um trem na
sua cabeça. Esse cara aí não vai fazer favor pra você nunca isoladamente, sabe?
A gente tem que trabalhar com ele em grupo. Porque os grande furos do
Policarpo fomos nós que demos, rapaz. Todos eles fomos nós que demos (...).
Cachoeira: Eu fiquei puto porque
ontem ele xingou o Dadá tudo pro Cláudio, entendeu? E você dando fita pra
ele, entendeu? (...)
Cachoeira: Agora, vamos trabalhar
em conjunto porque só entre nós, esse estouro aí que aconteceu foi a gente. Foi
a gente. Quer dizer: mais um. O Jairo, conta quantos foram. Limpando esse
Brasil, rapaz, fazendo um bem do caralho pro Brasil, essa corrupção aí. Quantos já foram, rapaz. E tudo via Policarpo.
Graças ao grampo, é possível mapear alguns dos “furos” mencionados
pelo bicheiro na conversa entre o bicheiro Carlinhos Cachoeira com o
PM-araponga Jairo Martins, um ex- agente da Abin que se vangloria de merecer um
Prêmio Esso por sua colabiração com Veja em Brasília. Martins
está preso, junto com seu superior na quadrilha de Cachoeira, o sargento
aposentado da Aeronáutica Idalberto Matias, o Dadá, fonte contumaz de
jornalistas - com os quais mantém relações de agente duplo, levando e trazendo
informações do submundo da arapongagem.
O primeiro registro da associação entre Veja e Cachoeira está numa
reportagem de 2004, que desmoralizou uma CPI em que o biicheiro era invetigado.
Em janeiro daquele ano, Cachoeira foi a fonte da revista Época, concorrente de
Veja, na matéria que mostrou Waldomiro Diniz, sub de José Dirceu, pedindo
propina ao bicheiro quando era dirigente do governo do Rio (2002). Depois
disso, Cachoeira virou assinante de Veja.
As digitais do bicheiro e seus associados, incluindo o senador
Demostenes Torres, estão nos principais furos da Sucursal de Brasília ao longo
do governo Lula: os dólares de Cuba, o dinheiro das FARC para o PT, a corrupção
nos Correios, o espião de Renan Calheiros, o grampo sem áudio, o “grupo de
inteligência” do PT.
O que essas matérias têm em comum:
1) A origem das denúncias é sempre nebulosa: “um agente da Abin”,
“uma pessoa bem informada”, “um espião”, “um emissário próximo”.
2) As matérias sempre se apoiam em fitas, DVDs ou cópias de
relatórios secretos – que nem sempre são apresentados aos leitores, se é que
existem.
3) As matérias atingem adversários
políticos ou concorrentes nos negócios de Cachoiera e Demostenes Torres (o PT,
Lula, o grupo que dominava os Correios, o delegado Paulo Lacerda, Renan
Calheiros, a campanha de Dilma Rousseff)”
Matéria Completa, ::Aqui::
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