Marcelo Semer, Terra Magazine
“Militares reformados causaram alvoroço na
semana que passou ao lançar manifesto em que afrontam a presidenta Dilma
Rousseff.
Ressentidos e receosos, reagem a
declarações de ministras pelo estabelecimento da Comissão da Verdade e o
esclarecimento dos abusos e violências dos anos de ditadura.
Mais do que a indignação dos democratas ou
as punições das chefias, o que a farda aposentada merece, neste episódio, é,
sobretudo, o desprezo.
É verdade que a saudade do tempo em que
tinham voz de comando ainda vitamina muitos discursos de vivandeiras dos
quartéis. Mas hoje, militares são apenas servidores, não autoridades.
A política não depende mais de suas ordens
do dia e a nostalgia da repressão é uma história que se repete como farsa.
A força retórica da reação do governo
representa quase nada, todavia. Por que é justamente a tibieza com o trato dos
crimes do passado que tem permitido que os reformados aumentem constantemente
seu tom de voz.
A demora na instalação da Comissão da
Verdade e as diversas concessões na sua formatação estimularam os militares,
que permanecem se sentindo intocáveis, como se ainda devêssemos lhes pedir
licença para investigar ou punir.
Os demais países do continente, que também
suportaram ditaduras, já estão faz tempo acertando contas com o passado.
Torturadores e assassinos foram identificados e vários deles processados,
presos e condenados.”
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