Idiotas, estúpidos e simpatizantes


Thomaz Wood Jr., CartaCapital

“A sacada foi de Tom McNichol, em texto veiculado no website da revista The Atlantic. Escreveu o autor: “Steve Jobs foi um visionário, um inovador brilhante que remodelou indústrias inteiras pela força de sua vontade, um gênio na capacidade de dar aos consumidores o que eles queriam, mas não sabiam que queriam. Ele foi também um babaca de primeira classe”.

Isso mesmo, leitor, o cultuado criador da Apple, super-herói dos negócios, fênix do empreendedorismo, mago dos produtos eletrônicos, foi, certamente, brilhante e carismático. Porém, revela a biografia escrita por Walter Isaacson, foi também petulante, rude e hipercontrolador. Na empresa, humilhava seus funcionários e assumia o crédito pelo trabalho dos outros. Não era muito melhor na vida pessoal: estacionava seu carro em lugares reservados para deficientes e evitou reconhecer a paternidade de sua filha. Em suma, era uma contradição ambulante.

A leitura da biografia de Jobs, best seller em vários rincões do planeta, talvez estimule alguns babacas que se acham gênios a exteriorizar sua estupidez. Quiçá, como sugere McNichol, a nova safra de livros de negócios nos brinde com títulos tais como: Os Sete Hábitos dos Babacas Altamente Eficazes, O Babaca-minuto ou Quem Foi o Babaca que Mexeu no Meu Queijo? Aos quais poderíamos acrescentar: O Monge e o Executivo Babaca, A Inteligência Emocional do Babaca e Babaquice para Dummies.

Apesar dos casos de Jobs e de outros gênios que se comportam frequentemente como babacas, contudo, não se pode afirmar que haja causalidade entre uma característica e outra. Robert Sutton, um professor de gestão da -Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, e autor de um livro sobre o tema – The No Asshole Rule: Building a civilized workplace and surviving one that isn’t –, acredita que a presença de idiotas na empresa envenena o ambiente e induz à saída de bons funcionários. Sutton define idiotas como indivíduos que propositalmente fazem seus colegas se sentirem mal sobre si mesmos, hostilizando especialmente os mais fracos.

Então, se idiotas, estúpidos e congêneres são ruins para o ambiente organizacional e para os negócios, como explicar o caso Jobs? E como explicar dezenas de outros casos? De fato, é difícil encontrar uma organização que não tenha pelo menos um babaca na diretoria, eventualmente no posto de primeiro executivo.”
Artigo Completo, ::Aqui::

Comentários