“Embora tenha sido ex-procurador geral de
Justiça de Goiás em duas ocasiões e ex-secretário de Segurança do estado entre
1999 e 2002, o senador Demóstenes Torres (DEM-GO) transita com desenvoltura
entre pessoas ligadas, direta ou indiretamente, ao mundo dos jogos ilegais, do
qual Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, é apenas a face mais
conhecida. Além da agora notória amizade com o contraventor, Demóstenes também
recebeu dinheiro em sua campanha de um advogado preso duas vezes pela Polícia
Federal sob acusação de integrar uma quadrilha para permitir o funcionamento de
bingos e a exploração de caça-níqueis. O senador também teria influído na
nomeação do atual presidente do Detran local, genro do ex-prefeito da Cidade de
Goiás, assassinado quando deixava uma casa de jogos irregulares em Goiânia.
Quase um ano antes de vir a público o
primeiro escândalo do governo Lula, envolvendo o então assessor parlamentar da
Casa Civil, Waldomiro Diniz, Carlinhos Cachoeira e a empresa de loterias Gtech,
Demóstenes já atuava em favor do amigo que está preso, utilizando, para tanto,
sua condição de senador. Quando o escândalo estourou e a oposição se revezava
na tribuna do Senado para atacar o PT, o governo Lula e o próprio bicheiro,
Demóstenes calou-se sobre Cachoeira e, nas quatro intervenções que fez sobre o
assunto, não citou uma só vez o nome do amigo, que era desclassificado por
outros líderes oposicionistas.
Em 13 de fevereiro de 2004, a revista
"Época" trouxe a transcrição dos diálogos entre Cachoeira e Waldomiro
Diniz, gravados em 2002 pelo próprio bicheiro. A publicação revelava que o
então assessor da Casa Civil pedia propina a Cachoeira para tentar facilitar a
contratação da Gtech pela Caixa Econômica Federal (CEF).”
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