Agência Brasil
“O Comitê de Política Monetária (Copom) do
Banco Central (BC) reduziu a taxa básica de juros (Selic) em 0,75 ponto
percentual. A taxa baixou de 10,5% para 9,75% ao ano, diferentemente do que
esperava a maioria dos analistas financeiros, de acordo com a pesquisa Focus,
divulgada na última segunda-feira (5) pelo BC, que apontava para uma redução de
0,5 ponto percentual.
De acordo com nota divulgada ao fim da
reunião, o Copom ressaltou que "dando seguimento ao processo de ajuste das
condições monetárias, o Copom decidiu reduzir a taxa Selic para 9,75% ao ano,
sem viés, por cinco votos a favor e dois votos pela redução da taxa Selic em
0,5 ponto percentual".
A redução da taxa que remunera os títulos
públicos depositados no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic)
beneficia o consumidor que depende de financiamentos, o empresário que pode
investir e gerar empregos, bem como o trabalhador, a atividade produtiva em
geral e o crescimento sustentável da economia.
Para o investidor, no entanto, o cenário
com juros menores não é o melhor já que o aumento da rentabilidade, nesse caso,
está diretamente associado a juros maiores. Para os banqueiros, juros mais
altos também são mais interessantes porque ganham com títulos públicos na
rolagem da dívida imobiliária e contratam empréstimos externos, a juros baixos,
para internalizá-los e ganhar a taxa Selic, que continua a taxa nominal mais
alta do mundo.
Embora a Selic sirva para balizar as taxas
de juros cobradas pelo sistema financeiro nacional (SFN) e nos financiamentos
do comércio em geral, os juros bancários mostram total discrepância com a
decisão do Copom. De acordo com pesquisa da Fundação Procon de São Paulo, no
mês passado, a taxa média dos sete maiores bancos no empréstimo pessoal era
5,87% ao mês, ou mais da metade do que a Selic cobra no ano. E a taxa média do
cheque especial era 9,53% ao mês.”
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