“Tido como carta fora do baralho depois da
derrota de 2010, ex-governador embaralha o jogo, coloca o PSDB contra a parede
e embaralha o quadro eleitoral paulistano. O que leva o mais importante partido
político brasileiro a ficar na defensiva diante de um rearranjo em parte do
conservadorismo brasileiro?
Gilberto Maringoni, Carta Maior
A crescente adoção da agenda ortodoxa na
economia por parte do PT – juros elevados, câmbio defasado, privatizações,
cortes orçamentários etc. – e a construção de uma base de apoio conservadora no
Congresso Nacional acaba de gerar um efeito colateral: a defensiva no terreno
eleitoral.
Apesar de estar há nove anos à frente do governo federal e dos presidentes Lula e Dilma exibirem notáveis taxas de aprovação popular, o partido acaba de ficar refém das decisões de José Serra na mais importante disputa do ano, a da prefeitura de São Paulo. Lembremos: o ex-governador foi tido como cachorro morto após a última campanha presidencial e encontra-se isolado no próprio ninho tucano.
Agora Serra coloca não apenas seu partido e as agremiações aliadas (PSDB-DEM-PPS) contra a parede, como paralisa o PMDB e cria confusão na seara petista.
A coligação dos sonhos de Lula e de setores significativos de seu partido era atrair o PSD de Gilberto Kassab, serrista de primeira hora, desarticular a direita fora do governo e dar uma lavada na eleição paulistana. Apesar do ranger de dentes e das vaias contra o Kassab, a articulação ia bem até o início da semana.
Kassab avisara aos petistas: a união só seria abortada se seu antigo mentor adentrasse a raia. Essa possibilidade tem crescido nos últimos dias.
A força das pesquisas
O PT cogitou realizar uma sondagem de opinião para avaliar o quadro. Kassab, de acordo com o Datafolha, é aprovado por apenas 22% dos eleitores da capital. A seu favor pesa o fato de existir uma possível tendência de recuperação de imagem. Levantamento realizado em dezembro atestou que sua gestão era aprovada por apenas 20% dos pesquisados.
Além disso, é bom lembrar que no que importa, isto é, no mundo das aparências, o PT não andaria de mãos dadas com o prefeito a quem sempre fez oposição. Kassab não será candidato, mas algum destacado membro de sua agremiação. O postulante dos sonhos de Lula é Henrique Meirelles, de quem foi um dos principais auxiliares ao tempo que comandava o Banco Central. A dobradinha Haddad-Meirelles, aos olhos da população, seria uma chapa Lula puro sangue.
Objetivamente, não haveria grandes obstáculos a uma coligação com o partido de Kassab. A aproximação apenas sacramenta uma convergência que transforma cada vez mais as disputas eleitorais em comparações sobre competências e capacidade de gerenciamento.”
Apesar de estar há nove anos à frente do governo federal e dos presidentes Lula e Dilma exibirem notáveis taxas de aprovação popular, o partido acaba de ficar refém das decisões de José Serra na mais importante disputa do ano, a da prefeitura de São Paulo. Lembremos: o ex-governador foi tido como cachorro morto após a última campanha presidencial e encontra-se isolado no próprio ninho tucano.
Agora Serra coloca não apenas seu partido e as agremiações aliadas (PSDB-DEM-PPS) contra a parede, como paralisa o PMDB e cria confusão na seara petista.
A coligação dos sonhos de Lula e de setores significativos de seu partido era atrair o PSD de Gilberto Kassab, serrista de primeira hora, desarticular a direita fora do governo e dar uma lavada na eleição paulistana. Apesar do ranger de dentes e das vaias contra o Kassab, a articulação ia bem até o início da semana.
Kassab avisara aos petistas: a união só seria abortada se seu antigo mentor adentrasse a raia. Essa possibilidade tem crescido nos últimos dias.
A força das pesquisas
O PT cogitou realizar uma sondagem de opinião para avaliar o quadro. Kassab, de acordo com o Datafolha, é aprovado por apenas 22% dos eleitores da capital. A seu favor pesa o fato de existir uma possível tendência de recuperação de imagem. Levantamento realizado em dezembro atestou que sua gestão era aprovada por apenas 20% dos pesquisados.
Além disso, é bom lembrar que no que importa, isto é, no mundo das aparências, o PT não andaria de mãos dadas com o prefeito a quem sempre fez oposição. Kassab não será candidato, mas algum destacado membro de sua agremiação. O postulante dos sonhos de Lula é Henrique Meirelles, de quem foi um dos principais auxiliares ao tempo que comandava o Banco Central. A dobradinha Haddad-Meirelles, aos olhos da população, seria uma chapa Lula puro sangue.
Objetivamente, não haveria grandes obstáculos a uma coligação com o partido de Kassab. A aproximação apenas sacramenta uma convergência que transforma cada vez mais as disputas eleitorais em comparações sobre competências e capacidade de gerenciamento.”
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