Luciana Lima, Agência Brasil
“Ao visitar a Bahia hoje (4), no quarto dia
da paralisação da Polícia Militar (PM), o ministro da Justiça, José Eduardo
Cardozo, disse que, por solicitação do governo do estado, o Departamento
Penitenciário Nacional (Depen) já reservou vagas em presídios federais para
encaminhar, se necessário, policiais que tenham cometido algum tipo de crime
durante o movimento grevista. Cardozo se reuniu com o governador da Bahia,
Jaques Wagner, e disse que todas as ocorrências criminosas serão tratadas como
crimes federais.
"Todos os crimes cometidos nesse
período são qualificados como crimes federais e serão tratados como tais. Seremos
muito firmes no cumprimento do nosso dever", disse Cardozo em entrevista
na Base Aérea de Salvador.
O ministro viajou à Bahia acompanhado do
chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, general José Carlos de Nardi, e da
secretária nacional da Segurança Pública (Senasp), Regina Miki. Cardozo
considerou “inaceitável” a forma como os policiais estão conduzindo a greve. "O
Estado de Direito não permite o abuso do próprio direito. Isso [a greve], da
forma como está sendo tratado, é inaceitável."
Pelo menos 12 mandados de prisão já foram
expedidos contra militares grevistas. Hoje, o governador Jaques Wagner
descartou a possibilidade de concessão de anistia militar para todos os
envolvidos no movimento grevista, uma reivindicação feita pelo conjunto das
associações que representam PMs na Bahia.
“Sou um democrata convicto e a única regra
que faz a democracia funcionar é o respeito à lei”, disse o governador, que fez
questão de ressaltar que não se trata de uma ato de “arrogância ou de
intolerância” do governo. “Se alguém depreda ônibus, depreda o carro da
polícia, se alguém sai na rua atirando para cima, isso tudo é crime”.
A Secretaria de Segurança Pública da Bahia
estima que um terço da Polícia Militar do estado esteja parada. O efetivo conta
com 31 mil policiais.”
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