Wálter Fanganiello Maierovitch, Terra
Magazine / Sem Fronteiras
‘Ao tempo da Liga das Nações tivemos uma
conferência (1909) e três convenções sobre “drogas nocivas”, com foco especial
no ópio, gerador de duas guerras diante do interesse monopolístico e da
indústria farmacêutica. As duas guerras do ópio envolveram China e Grã-Bretanha
(1839-42 e 1856-60). A ganhadora foi a Grã-Bretanha.
Na Organização das Nações Unidas (ONU), a
principal convenção em face do fenômeno transnacional das drogas foi a de
Nova York, em1961. Essa Convenção entrou em vigor em 1964. Na Convenção de
1988, realizada em Viena, comprovou-se que o sistema bancário e
o financeiro internacional estavam sendo empregados para circulação
e lavagem de dinheiro das drogas ilícitas da criminalidade organizada sem
fronteiras.
A esse quadro deve-se acrescentar que nos
últimos 25 anos a “guerra às drogas” implicou gastos estimados em US$ 25
bilhões. Mais ainda, nos últimos 20 anos, como comprovam fotografias aéreas e
por satélites, nos países dos Andes, a área de cultivo da folha de coca,
que representa a matéria-prima para a elaboração do cloridrato de cocaína (pó),
continua com a mesma extensão de 200 mil hectares: os plantios andinos migram,
mas continuam a atender a indústria da cocaína. Parêntese: a folha de coca é
andina.
O panorama acima mostra, pelos múltiplos
interesses e sem esquecer que insumos químicos necessários ao refino não são
controlados, tratar-se de um fenômeno complexo. E se torna de difícil solução
quando envolve a redução da demanda e as políticas sociossanitárias decorrentes
do consumo e da dependência química e psicológica.
A situação criada pela aglomeração de
dependentes químicos em centros urbanos, com todos os graves problemas
decorrentes (crimes, violência, degradação humana etc), levou diferentes
países a busca de soluções que atendessem as metas constitucionais de
respeito à dignidade humana e aos compromissos internacionais.”
Artigo Completo, ::Aqui::
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