CPI da Privataria ganha apoio de movimentos sociais no Rio

Maurício Thuswohl, Rede Brasil Atual

“Cerca de 300 pessoas lotaram na quarta-feira (18) o auditório do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro para a noite de autógrafos do livro "A Privataria Tucana", do jornalista Amaury Ribeiro Júnior. A obra acusa, com documentos, a existência de um esquema de desvio de recursos montado por integrantes da cúpula do PSDB durante o processo de privatizações de empresas públicas brasileiras no período em que Fernando Henrique Cardoso governava o país (1995-2002). Com a presença do deputado federal Protógenes Queiroz (PCdoB-SP), o debate que se seguiu transformou-se em ato em defesa da instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) proposta pelo parlamentar no Congresso Nacional para apurar as denúncias trazidas pelo livro.

O grande número de lideranças sindicais presentes ao ato confirmou que a CPI da Privataria Tucana, como está sendo chamada, tem alta ressonância nos movimentos sociais. Sugere ainda que irá angariar forte apoio, sobretudo, em setores atingidos por cortes de postos de trabalho e pelo achatamento salarial decorridos no período neoliberal. A ausência de parlamentares – além de Protógenes, o único presente era o deputado estadual Gilberto Palmares (PT-RJ) – revela que ainda resta algum caminho a ser percorrido até que a CPI ganhe vida e se torne realidade na Câmara dos Deputados.

O deputado lembra o recesso parlamentar e relativiza a ausência de colegas: "A CPI foi proposta em dezembro, quando já estavam se encerrando os trabalhos legislativos e o Congresso estava já um tanto desmobilizado". O lançamento do livro, "tomado como um documento público importante", acabou por reforçar, segundo Protógenes, a necessidade de uma investigação parlamentar. "Essa necessidade nasceu a partir dos interesses que norteiam a política brasileira, por isso consegui, em quatro dias, 206 assinaturas de parlamentares de todos os partidos políticos, tanto da base aliada quanto da oposição. Isso criou um compromisso entre os parlamentares. Alguns deputados ainda estão indo à Secretaria da Câmara entregar ofícios para integrar a CPI", diz.”

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