Privataria atinge 100 mil cópias e divide opiniões



Geração Editorial informa ao 247 que 70 mil já foram distribuídas às livrarias; editora começa 2012 colhendo sucesso e processo (do PSDB)

Diego Iraheta, Brasil 247

O livro A Privataria Tucana, do jornalista Amaury Ribeiro Jr., fecha 2011 consagrado como fenômeno editorial. A obra já tem 120 mil exemplares impressos. A Geração Editorial, responsável pela obra, informou ao 247 que 70 mil cópias foram efetivamente distribuídas às livrarias. Na próxima terça-feira, 3, uma nova tiragem de 50 mil chega às lojas – sendo 30 mil sob encomenda.

Apesar de celebrar o sucesso da obra que investiga os subterrâneos da era das privatizações no governo FHC, a Geração Editorial vai começar o ano-novo com um processo do PSDB para enfrentar. A Executiva Nacional do partido prometeu entrar na Justiça nesta semana contra o editor Luiz Fernando Emediato e o repórter Amaury Ribeiro Jr, indiciado em 2010 pela Polícia Federal por quebra de sigilo fiscal de Verônica Serra, filha de José Serra e personagem na rede de transações financeiras exposta no livro.

É muita gente comprando o livro, mas como estarão os índices de leitura? O 247 colheu algumas das opiniões de pessoas célebres que, de fato, se debruçaram a analisar as 345 páginas da privataria. Veja:

Merval Pereira, colunista de O Globo, GloboNews e CBN

“O livro tem uma série de documentos e denúncias, fruto de ilações do autor. Ele pretende provar que houve negociata nas privatizações do governo FHC, mas não consegue provar isso. Ele parte do pressuposto que ter empresa em paraíso fiscal é um crime. A Petrobras, por exemplo, tem contas em paraíso fiscal. Quem faz negócio no mundo globalizado pode ter empresa em paraísos fiscais para agilizar negócios e importações. O livro tem fumaça, mas não tem nenhuma novidade. É uma propaganda política; o PT e os grupos interessados estão usando o livro para fazer campanha contra PSDB e contra Serra”

(Fonte: CBN)

José Serra, um dos principais alvos do livro

“O livro tem cem mentiras em suas 345 páginas. O Amaury é um inocente útil, temos de descobrir é quem mandou fazer”

(Fonte: blog do Ilimar)

Leandro Fortes, repórter da Carta Capital

“Esse livro traz um mapeamento inédito – tão bem feito, tão minucioso – da retirada de dinheiro do Brasil enviado para contas em paraísos fiscais e depois internalizados de volta, durante a era das privatizações. Só de movimentação de dinheiro, tem cerca de 2,5 bilhões de reais. Maior parte do dinheiro era para pagamento de propina. É uma investigação jornalística completa de ponta a ponta. São muitos documentos inéditos, que foram conseguidos graças a ações de exceção de verdade na Justiça, dentro de relatórios secretos da CPI do Banestado, além de documentos enviados pela Promotoria de Nova York”

(Fonte: Café na Política)

Carlos Brickmann, jornalista e consultor de Comunicação

“[Comecei] a ler o livro e ainda está pela metade. É uma leitura complexa para quem não está habituado ao jogo financeiro internacional. Há um problema extra: certos casos são apontados como criminosos, mas a ligação não é muito clara para um leigo. Podem ser criminosos, o livro diz que são, mas a explicação deveria ser mais clara”

(Fonte: Observatório da Imprensa)

E você? Leu a Privataria? Gostou?”

Comentários

Luciano disse…
Não entendo porque o PSDB quer processar o jornalista e a editora. O livro não menciona o partido! Por que esse partido de merda não deixa o Serra e sua curriola (todos os que são citados no livro) entrar na justiça?
Esse partido já tá passando da hora de se extinguir!