Rui Martins, Direto da Redação
“Ela se chama Aliaa Magda Elmahdy, é egípcia e decidiu enfrentar os
islamitas que, pelo jeito, se apropriaram da « primavera árabe ».
Ameaçada de morte, essa jovem de 20 anos, ainda com cara de adolescente,
tirou toda roupa e nua desfechou seu ataque contra os fanáticos muçulmanos,
capazes de acabarem com todos os direitos das mulheres conquistados, no século
passado, pela mulheres egípcias e mergulharem o Egito numa Idade Média
corânica.
« Eu reivindico minha liberdade sexual, o direito de não me casar,
meu ateismo. As mulheres devem poder viver sua vida como bem entendem », é o desafio lançado por Aliaa.
Se fosse na França medieval, ela seria queimada na fogueira como filha do
diabo ou feiticieira, pelos religiosos católicos da Inquisição. Mas a Idade
Média cristã-ocidental acabou com a modernização do cristinianismo decorrente
dos movimentos da Reforma, de Lutero a Zwinglio e Calvino, e seus estertores
foram provocados pela Renascença e pelo Iluminismo, com o laicismo sacralizado
pela Revolução Francesa.
Entretanto, no mundo religioso árabe, sem
uma central religiosa ditadora dos dogmas, como o Vaticano, ainda é difícil se
esperar uma modernização e uma leitura liberal do Corão, para se chegar à
moderação e a uma separação do poder divino e poder temporal como aconteceu na
Europa. Além disso, a divisão entre sunitas e xiitas (minoritários), é
relativizada pela ascenção dos integristas que pregam o retorno à chariá, a
aplicação literal da lei do Corão, uma lei que poderia ter seu lugar naqueles
anos do VII século, mas hoje é uma lei cruel e desumana.”
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