São Paulo: promotor vê nazismo em ação que quer remover albergue de Pinheiros


Comerciantes e moradores não queriam abrigo em área residencial; caso foi parar na Delegacia de Intolerância Racial

Diego Zanchetta e Rodrigo Burgarelli, O Estado de S.Paulo

Em um pedido com 1,2 mil assinaturas levado ao Ministério Público Estadual (MPE) no dia 29, moradores de Pinheiros, na zona oeste de São Paulo, tentavam impedir que um albergue para moradores de rua no bairro fosse transferido para uma área residencial mais nobre da Rua Cardeal Arcoverde. Mas o efeito foi inverso. Ontem, o promotor Maurício Antonio Ribeiro Lopes comparou a iniciativa às tomadas na Alemanha nazista.

Lopes indeferiu o pedido e enviou os nomes de seis síndicos que assinaram a petição para a Delegacia de Polícia Especializada em Crimes Raciais de Delitos de Intolerância (Decradi). Todos serão alvo de inquérito por intolerância social, prevista na Constituição (art. 5.º, inciso 41).

"É de provocar inveja a qualquer higienista social do Terceiro Reich a demonstração de tal insensibilidade. A ideia - ou que ocupa o que deveria ser o seu lugar - associando pobreza e criminalidade e violência não tem guarida teórica e ética", escreveu. "Esse pedido é muito revoltante", disse ele ontem ao Estado.”
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Comentários

Anônimo disse…
Louvável a decisão do Ministério Público Paulista e desprezível estas pessoas que acreditam serem mais cidadãos que os demais.
Vergonhosamente se esquecem da responsabilidade social em promover uma sociedade mais justa.
Sugiro que ao invés de preocuparem com os moradores de rua; preocupem-se com os desmandos dos políticos corruptos deste nosso Brasil.
Já dizia o provérbio: Mente vazia, oficina do diabo.
Se o tempo tá sobrando, que tal trabalhar como voluntários no hospital do câncer.