Carolina Pimentel, Agência Brasil
“A estratégia brasileira para reduzir a
pobreza despertou o interesse de outros países que querem saber qual a receita
usada por aqui. Em entrevista exclusiva à Agência Brasil, o diretor do Grupo de
Redução da Pobreza do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud),
Selim Jahan, citou algumas nações, como Índia, Turquia e Botsuana, que estão de
olho nas ações brasileiras, entre elas, o Bolsa Família.
Para o diretor, o ponto positivo do programa
é exigir que as famílias pobres assumam compromissos em troca de receber a
transferência de renda. Para ter direito ao benefício, as famílias devem
vacinar os filhos, matriculá-los em uma escola e as grávidas precisam fazer o
pré-natal.
“O benefício está aí. Não estamos falando
apenas de transferência de dinheiro, mas estamos falando em dar educação e
outros benefícios”, disse Jahan, que trabalha na sede do Pnud, nos Estados
Unidos, e veio ao Brasil para participar de reuniões no Centro Internacional de
Políticas para o Crescimento Inclusivo (IPC-IG), uma parceria do Pnud com o
governo brasileiro.
De acordo com Selim Jahan, grande número de
países africanos pode usar a experiência brasileira.
Um estudo da Fundação Getulio Vargas (FGV),
divulgado em julho, aponta que 18 milhões de brasileiros saíram da pobreza
extrema e 39,5 milhões entraram na classe C nos últimos dez anos. Mas o Censo
de 2010, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostrou que
16,2 milhões de pessoas ainda estão em situação de miséria, foco do plano
Brasil sem Miséria, lançado pela presidenta Dilma Rousseff, no início de julho.
O plano pretende retirar essas pessoas da extrema pobreza até 2014.”
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