Matheus Pichonelli, CartaCapital
“Porque às vezes é preciso desenhar para
deixar claro: leite com manga não dá dor de barriga; entortar o olho no vento
não provoca vesguice; fazer a barba depois do almoço não resulta em congestão;
apontar o dedo pra lua não estoura verruga; casca de pão não encrespa o cabelo
e semente não cria pé de melancia na barriga.
A ciência desmente alguns mitos, mas a
estupidez (essa imune à razão), não. Ao conceder entrevista nesta quinta-feira 22, a ministra do
Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello, teve que explicar
novamente que dois mais dois não são oito. Em outras palavras, que a ampliação
de três para cinco crianças beneficiárias do Programa Bolsa Família não é
estímulo para que os casais tenham mais filhos a partir de agora. “Não conheço
nenhum especialista ou conhecedor do assunto que acredite que a ampliação de um
benefício de 32 reais vá levar à ampliação da taxa de natalidade. Pelo contrário,
há oito anos, o Bolsa Família tem repassado recursos com a parcela variável, atingindo
crianças, e o que tivemos foi a redução da taxa de natalidade, inclusive na
população pobre e extremamente pobre”, destacou. O benefício, vale lembrar,
deve atingir 1,2 milhão novas crianças.
Segundo a ministra, “todo mundo que já teve
filho sabe o quanto custa uma criança” e é “difícil alguém achar que 32 reais
por mês possam estimular uma pessoa a ter filho”.
Nem todos. Em 23 de agosto último, o
deputado estadual Antonio Salim Curiati (PP), malufista das antigas, entrou na
lista dos indicados ao prêmio Relincha Brasil 2011 por sua análise sobre a
relação entre política social e onda de assaltos, do qual se tornara vítima
naquele dia: “A Dilma vem falar do Bolsa Família. Aí você agracia a comunidade
carente, e eles começam a ter filhos à vontade. É preciso controlar a paternidade”.
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