“Encolhendo a cada eleição, o partido que
deveria sustentar a bandeira do conservadorismo no Brasil leva seu golpe de
misericórdia com a criação do PSD de Gilberto Kassab, que lhe tomou, entre
outras coisas, 17 deputados e o posto de sexta maior bancada da Câmara
Federal
Evam Sena e Rodolfo Borges, Brasil 247
O Democratas tentou. Em 28 de março de
2007, o antigo PFL foi refundado com novo nome, Democratas, e prometia
recuperar o protagonismo da década de 1990, quando o ex-senador Marco Maciel
ocupou a vice-Presidência da República do governo Fernando Henrique Cardoso,
mas a relutância em sustentar as bandeiras do liberalismo e do conservadorismo
em um país governado há nove anos por partidos historicamente de esquerda
enfraqueceu a legenda, que recebe sua pá de cal com a fundação do PSD do
prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab.
O ocaso do DEM começou com o fim do governo
Fernando Henrique, mas pode ser localizado simbolicamente no dia 7 de maio de
2008, quando o senador Agripino Maia (hoje presidente nacional do partido)
botou em questão a índole da então ministra-chefe da Casa Civil Dilma Rousseff
logo na abertura de reunião da Comissão de Infraestrutura do Senado, baseado no
relato de que Dilma mentiu sob tortura durante a ditadura (assista ao vídeo).
“Me orgulho muito de ter mentido, senador. Porque mentir na tortura não é
fácil”, respondeu a hoje presidente Dilma, sob aplausos – para o
constrangimento de Agripino e de toda a oposição –, fortalecendo, naquele
momento, a candidatura que venceria as eleições presidenciais de 2010.
A partir dali, Kassab começa a se
articular, sob os olhos atentos do ex-senador e ex-presidente de honra do DEM
Jorge Bornhausen (SC), que deixou o partido em maio último, anunciando o fim de
sua vida política, pouco depois do anúncio da desfiliação de seu filho, o
deputado licenciado Paulo Bornhausen, que aderiu ao PSD. É no estado de
Bornhausen, Santa Catarina, que o PSD ganhou seu primeiro governador – Raimundo
Colombo também trocou o DEM pelo PSD, dizendo que o Democratas “ficou sem
futuro”.
Foto: Wilson Dias/ABr
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Comentários
Certamente o DEM não deixará saudades!