“O novo ministro da Defesa, Celso Amorim,
recebeu carta branca dos comandantes de Marinha, Exército e Aeronáutica para
negociar no Congresso a aprovação da Comissão da Verdade, que deve buscar
informações sobre pessoas desaparecidas na ditadura militar. O acordo, segundo
o assessor especial da Defesa, José Genoino, prevê que seja aprovado o texto
encaminhado pelo governo, sem alterações, e respeitando integralmente a Lei de
Anistia, referendada por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF).
Com o aval dos comandantes militares,
Genoino começou na última segunda-feira um périplo pelo Congresso atrás de
apoio de governistas e oposicionistas para concluir a votação do texto ainda em
setembro, tanto na Câmara quanto no Senado. A ideia é impedir o debate em
comissões e permitir que a matéria seja votada, em regime urgência
urgentíssima, diretamente nos plenários de Câmara e Senado.
- Recebi a determinação do ministro Amorim
para conversar com todos os líderes. Isso ocorreu depois que os comandantes
procuraram o ministro para dizer que estavam de acordo com a aprovação da
Comissão da Verdade, considerando o texto idêntico ao que foi enviado pelo
governo ao Congresso. Não é uma comissão persecutória ou jurisdicional, mas sim
de busca da memória - advertiu Genoino.”
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