Travessuras de La Niña deixam a Folha mal

Alberto Dines, Observatório da Imprensa

“Cansada de se emocionar, orgulhosa da onda de solidariedade que despertou, a mídia começou a caça aos culpados: é preciso sentar no banco dos réus os responsáveis pelos mais de 600 mortos na catástrofe fluminense.

Na sexta-feira (14/1), a Folha de S.Paulo destacou no alto da sua primeira página uma acusação aos fenômenos cíclicos: "La Niña explica as inundações no globo, dizem estudos". A matéria publicada na edição nacional (que circula no Rio) era categórica: a irmã do El Niño provocaria fortes chuvas na América do Sul durante o primeiro semestre e por isto foi acionado um alerta à Cruz Vermelha Internacional para se preparar para tragédias iminentes.

O editor de plantão certamente avaliou que a notícia era alarmista – e na edição paulistana, rodada em seguida, amenizou o texto. Mas manteve a chamada na capa e também o título da matéria da página C-19 ("Chuvas na Austrália, Venezuela e Paquistão têm origem comum". Por precaução, acrescentou em subtítulo: "La Niña, porém, não tem relação com as enchentes brasileiras".
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