Cesare Battisti envia carta a Dilma

O Movimento pela Libertação do italiano protocolou na presidência da República

Luana Bonone, Vermelho.org / Brasil de Fato

O Movimento pela Libertação de Cesare Battisti protocolou na presidência da República, nesta quinta-feira (27), uma carta de Cesare Battisti endereçada à presidenta Dilma Rousseff em que ele indica à chefe de Estado a leitura de uma outra missiva. Esta, escrita por italianos que vivem no exterior, pede a libertação do italiano. O movimento organizará, ainda, uma plenária em Brasília (DF) na segunda-feira (31) e um ato em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF) na terça (1º).

Com mobilização de ativistas ao menos de São Paulo, do Rio de Janeiro, do Ceará e de Brasília, o Movimento pela Libertação de Cesare Battisti realizou na quarta-feira (26) uma visita ao italiano na Penitenciária da Papuda, em Brasília, onde ele permanece preso.

Na ocasião, Cesare Battisti escreveu uma carta de próprio punho endereçada à presidenta da República, Dilma Rousseff, onde faz menção à carta enviada pelo presidente italiano Giorgio Napolitano – "cujo assinante foi parte em causa no sangrento conflito dos anos 60-70", argumenta Battisti – e indica a leitura de um outro documento, intitulado "'Caso' Battisti: é por isso que estamos com Lula", onde italianos que moram no exterior relatam a história de luta de Cesare Battisti e argumentam a favor da sua libertação.

Na carta, os compatriotas de Battisti elogiam a decisão do presidente Lula de não extraditar o prisioneiro: "nós acreditamos que a decisão do presidente brasileiro em fim de mandato não seja resultado de um julgamento superficial e precipitado sobre o nosso país, mas sim o resultado de uma avaliação aprofundada e pertinente da situação política e judicial italiana".

Os quatro signatários da missiva, todos ligados ao setor educacional, questionam, ainda, os interesses do governo italiano de Silvio Berlusconi em batalhar tão intensamente pela extradição de Cesare: "a fúria do governo italiano no pedido de extradição de Cesare Battisti se configura hoje mais como a vontade de exorcizar um inimigo derrotado (como se se tratasse de uma obsessão a ser eliminada), do que uma simples, autêntica exigência de justiça. Surpreende, em particular, essa tal perseverança 'justicialista' da parte de um executivo tragicamente incapaz de lançar luzes sobre as carnificinas dos anos sessenta e setenta, unanimemente consideradas pelos históricos como 'a origem' de todos os terrorismos".
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