Movimentos sociais e religiosos hoje são objetos da política

Paulo Cezar da Rosa, CartaCapital

“O final do século passado foi o melhor momento para os movimentos sociais no Brasil. Sindicatos e movimentos tinham bandeiras a defender e bases dispostas a lutar. Foi, também, o melhor momento da religiosidade popular. Comunidades eclesiais de base, pastorais operárias, e organizações que misturavam a fé com a luta contra a opressão e a esperança numa vida melhor, tinham larga audiência no Brasil pós-Ditadura Militar.

Os anos 80 e 90 também foram os da esquerda brasileira. Depois da luta armada, a esquerda se jogou na aventura da disputa da hegemonia na sociedade por meios pacíficos. Enraizada neste período nas universidades, as organizações que sucederam a guerrilha urbana se somaram aos trabalhadores organizados em sindicatos e aos movimentos eclesiais de base para fundar o PT.

Deu no que deu. Deu em Lula presidente por oito anos. De 2002 a 2010 vivemos a afirmação de um projeto de nação com espaço para todos. Foram os anos de glória da luta social no Brasil.

Hoje, contudo, além de reconhecer que o país mudou, é preciso identificar a abertura de um novo período. E perceber que a mudança em curso tem um lado negativo para os movimentos sociais, para a religiosidade popular, e até para a esquerda. Por quê? Porque o Estado brasileiro se fortalece e as demandas populares vem sendo atendidas, esvaziando a luta social e o cenário de injustiças. Ao mesmo tempo, não se vê uma renovação dos movimentos, dos sindicatos, das lutas sociais.”
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