Lula dirá na reunião do G20 que só o comércio livre pode tirar o mundo da crise

Eduardo Castro, Agência Brasil

“Ao chegar ao hotel onde está hospedado na capital de Moçambique, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que não levará propostas fechadas para o G20, mas “ideias a serem discutidas”. Ele segue amanhã (10) para Seul, capital da Coreia do Sul, onde participa da reunião do grupo que reúne as maiores economias mundiais, incluindo os principais países emergentes. “Como os países ricos costumavam dar lições ao Brasil de como a gente deveria fazer, seria importante que, humildemente agora, eles fossem aprender o que nós fazemos para que eles possam adotar políticas iguais”, sugeriu o presidente brasileiro.

“Desde que começou a crise econômica estamos dizendo que só existe uma possibilidade para resolver definitivamente o problema [da crise]: aumentar o comércio entre os países e evitar, de qualquer forma, o protecionismo entre as nações”, afirmou Lula. Também defendeu a adoção de políticas “anticíclicas” para evitar que a economia pare em momentos de maior pressão ou receio.

Lula comentou a frase do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, dita na Índia, de que o que “for bom para os Estados Unidos será bom para todos”. Lula disse que o que é ruim para os Estados Unidos, em termos econômicos, tem reflexos ruins para o mundo. “O que é bom para os Estados Unidos é bom para os Estados Unidos. O que é bom para o Brasil é bom para o Brasil”, parafraseou Lula.

Sobre a guerra cambial em curso, o presidente acha que os países devem adotar medidas que levem em consideração o fato de que qualquer atitude interna afetará os demais. “Não é possível que alguns países resolvam desvalorizar suas moedas no intuito de aumentar competitividade, porque causam transtornos a outros que dependem do sequenciamento da política comercial no mundo para seguir crescendo de forma justa.”

O presidente também falou sobre a possibilidade de o Congresso Nacional aprovar aumentos de salário para os congressistas e para a presidenta eleita, Dilma Rousseff. “Não há nenhuma novidade, isso é da Constituição. Em 2002 fizeram uma 'sacanagem' comigo e não aprovaram aumento para mim. E eu não reclamei. Mesmo sem aumento, o salário era maior do que eu ganhava na [empresa metalúrgica] Villares”.

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