Câmara tem novos blocos, PV rumo à base de Dilma e PPS perdido

As movimentações dos partidos na Câmara Federal não param. Nesta semana, representantes do PRTB, PRP, PTC e PSL se reuniram com o deputado Marco Maia (PT-RS), presidente em exercício da Casa. O grupo comunicou a criação de um novo bloco parlamentar, a partir de 2011, constituído pelos seis deputados federais eleitos por esses partidos.

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O presidente nacional do PRTB, José Levy Fidelix, destacou a importância de possuírem um espaço físico e dispor de funcionários, enquanto Marco Maia reconheceu o direito do grupo. “Temos que avaliar as mudanças que vão ocorrer em todas as bancadas e blocos. A partir daí, vamos readequar os espaços da Casa de modo que todos sejam acomodados”, afirmou o deputado.

Também nesta semana, líderes de PDT, PSB, PCdoB e PRB começaram as negociações para a formação de um novo “bloco de esquerda” no Congresso Nacional. As siglas — que somam — 85 deputados federais e dez senadores — esperam garantir apoio ao governo da presidente eleita Dilma Rousseff e ocupar espaços importantes nas direções das duas Casas.

A inclinação do PV também é fechar acordo com o “bloco de esquerda”, desde que garanta a Comissão de Meio Ambiente. O líder do PV na Câmara, Edson Duarte (BA), foi designado pelo partido para a articulação política dentro do Congresso e refutou qualquer possibilidade de o partido se juntar neste primeiro momento à oposição.

“A tendência é o PV formar bloco com partidos da base governista como o PSB e o PSC. O PPS também tem historicamente boas relações com o PV, mas, se tiver com o PSDB, certamente recusaremos”, afirma. “Com o bloco, poderemos ter maior espaço político, sobretudo nas comissões — o que tivemos muita dificuldade nessa legislatura por estarmos sozinhos.”

Fusões

A situação mais delicada é a dos partidos que fizeram oposição radical ao governo Lula e sofreram derrotas fragorosas nas eleições de 2010. PSDB, DEM e PPS encolheram sensivelmente, tanto na Câmara quanto no Senado. Líderes “demos”, sem rumo e sob temor do desaparecimento, estudam a fusão com o PSDB e até um desembarque no PMDB, talvez até levando a legenda para a base de Dilma.

O DEM perdeu nada menos que 22 cadeiras na Câmara e seis no Senado. Foi a quarta eleição seguida em que a legenda saiu menor do que entrou. Na oposição desde a primeira eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2002, o partido viu a bancada se reduzir dramaticamente. De mais de cem deputados federais eleitos em 1998, sobrarão apenas 43 a partir de 1º de fevereiro, data da posse dos novos parlamentares.”
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