Rumo a uma presidência feminina mais firme do que doce


Mario Osava, IPS / Envolverde

“Idealista e com ideologia radical em sua juventude, agora pragmática e de elogiada capacidade gerencial, na imagem de Dilma Rousseff – que disputará o segundo turno das eleições presidenciais brasileiras, no dia 31, com José Serra – se destacam atributos como coragem e firmeza, mas não a fragilidade ou a doçura.

Superou um câncer linfático detectado em 2009, o que gerou uma corrente emocional dos brasileiros em relação a esta economista de 62 anos, que enfrentou a doença com vigor e sem deixar de trabalhar. Assim, dizem, suportou, aos 22 anos, as selvagens torturas a que foi submetida quando foi detida durante a resistência à ditadura.

Tem fama de intransigente com falhas, ganha pelas duras admoestações a figuras do governo de seu grande apoiador político, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que disse ter se admirado por sua capacidade como ministra de Minas e Energia e chefe da Casa Civil, de janeiro de 2003 a março deste ano.

Esta filha de um imigrante búlgaro e uma professora brasileira demonstrou publicamente ternura em contadas ocasiões, como quando, no dia 9 de setembro, fez um coração com as mãos ao anunciar radiante o nascimento de seu primeiro neto.

Também se sobressai sua sensibilidade social, em particular pela situação das mulheres pobres, e está cercada por uma equipe de campanha quase toda feminina. Contudo, distancia-se do feminismo e suaviza a perspectiva de gênero em seus planos.

“No Brasil, privilegiar a mulher não é uma política de gênero, é uma política social”, disse a candidata do governante Partido dos Trabalhadores (PT), para recordar que, no país, 30% das famílias têm à frente uma mulher, 52% da população é formada por mulheres e “o restante são nossos filhos”.

“Não se trata de criar um matriarcado, mas de dar à mulher a importância que tem para a estrutura familiar”, insistiu ao relativizar o que foi dito por Lula ao lançar sua candidatura, quando afirmou que, com sua vitória, o “Brasil derrotará o machismo”. Para ela, Lula “é muito sensível ao tema” porque “foi criado por uma mulher forte”.
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