Onda: aliados de Dilma podem preencher 60 das 81 vagas no Senado

Com a experiência de oito anos no governo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, no período de pré-campanha: um senador vale por três governadores. Não se sabe como Lula chegou a essa equação política. Apenas por quê. Foi no Senado que seu governo enfrentou a maior resistência da oposição. É dali que Lula pretende remover os últimos obstáculos que restam para entregar um Senado progressista para sua candidata.

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Caso vença a disputa presidencial, Dilma Rousseff, da coligação Para o Brasil Seguir Mudando, terá no Senado uma maioria muito mais ampla do que a desfrutada por Lula. Herdará a faca — o Executivo — e um Legislativo feito queijo nas mãos.

A Câmara dos Deputados já está menos conservadora. No Senado, o governo pode, finalmente, obter uma vantagem ampla sobre a oposição. Hoje, pode contar, na melhor das hipóteses, com 48 dos 81 senadores, um a menos que o necessário para passar uma reforma constitucional. Com a renovação de dois terços das cadeiras, que será feita neste domingo, políticos da base aliada ao governo Lula poderão dominar o Senado e ocupar mais de 60 cadeiras.

A bancada da oposição — que tem 30 senadores — pode, em tese, até aumentar, em dois ou três senadores, num cenário de baixíssima probabilidade. No extremo oposto, também com menos chance de ocorrer, ela pode perder mais de 15 vagas, reduzindo-se à metade. O mais provável é que a queda fique entre um e outro, e a oposição saia com cerca de dez cadeiras a menos.

As duas regiões que reúnem quase 60% do poder no Senado — a Norte e a Nordeste — são as maiores responsáveis pela desidratação. No Norte, a base aliada ampliará o domínio que já tem. Mas, no Nordeste, ela quebra, de vez, a espinha dorsal da oposição. Enquanto hoje a situação é de empate, com 13 senadores da base aliada, 13 oposicionistas e um independente, a renovação poderá terminar com uma vantagem de 18 a nove.”
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