Dilma e Serra se ignoram em noite de muita conversa e nenhum debate na TV

Ayrton Centeno, Brasília Confidencial

“Foi um encerramento sonolento para uma campanha agitada: o encontro final na TV Globo, na noite de ontem, entre Dilma Roussef e José Serra, resultou pobre em discussões e ralo em emoções. A começar pelo formato do programa que não permitiu troca de perguntas entre os concorrentes. Todas as questões foram feitas por eleitores escolhidos entre um grupo de 80 indecisos. A consequência foi que Dilma ignorou Serra, Serra ignorou Dilma e cada um deles expôs propostas já conhecidas sobre termas já tratados.

O primeiro bloco começou com uma pergunta sobre funcionalismo que, aparentemente, não animou nem os candidatos nem a audiência. Os dois candidatos repetiram seus argumentos a favor da valorização dos servidores para obtenção de um serviço público de qualidade. A seguir, discutiu-se a necessidade de projetos para manter a juventude no campo com garantia de renda. Dilma lembrou a valorização da agricultura familiar – que produz a maior parte dos alimentos consumidos no Brasil – durante o Governo Lula. Notou que o crédito para a agricultura familiar saltou, em menos de oito anos, de R$ 4,1 bilhões para R$ 16 bilhões e que, em cada 10 tratores vendidos no país, oito são para os pequenos produtores rurais. O tucano contrapôs que o crédito “precisa subir mais”, assim como a oferta de infraestrutura no campo.

Indagado sobre “corrupção”, Serra cobrou responsabilidade e exemplo dos governantes para contê-la. Recomendou mais fortalecimento da fiscalização por parte do Tribunal de Contas da União (TCU), do Ministério Público e da imprensa. Na resposta, Dilma enfatizou a valorização da Polícia Federal no Governo Lula que passou a prender também empresários e políticos envolvidos com irregularidades.

“O MP não pode ter um engavetador-geral”, agregou, encaixando uma crítica ao papel da instituição sob FHC. E propôs:

“O malfeito deve ser investigado e punido doa a quem doer”.

Na tréplica, Serra reclamou que ninguém foi preso no caso do “dossiê dos aloprados” de 2006 e reiterou que “o exemplo tem que vir de cima”. No tema Segurança, Serra voltou a lembrar sua proposta do Ministério da Segurança, enquanto Dilma citou os investimentos na capacitação de policiais em convênio com os estados.”
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