Mair Pena Neto, Direto da Redação
“Dilma Rousseff está sendo caçada implacavelmente pela segunda vez em sua vida. A primeira foi pela ditadura militar, que a perseguiu, prendeu e torturou. Agora, é pela grande imprensa que devassa sua trajetória em busca de algo que possa impedir sua eleição à Presidência da República pelo voto popular.
Para chegar a este fim, não importam os meios. Um escroque pode ser alçado à reserva moral da sociedade desde que suas denúncias atinjam a candidata. Acusações infundadas, manipulações e inverdades surgem a cada dia nas páginas dos jornais, que se empenham diligentemente em encontrar um fato que assuste a sociedade e leve a eleição a segundo turno.
Revelar a vida, como são e o que pensam os candidatos é papel da imprensa. Mas por que ela também não se ocupa de José Serra ou de Marina Silva? Porque é só a Dilma que interessa destruir. Assim como foi Lula em 2002 e 2006. A grande imprensa historicamente se posiciona contra o campo popular. Com a vantagem de Dilma nas pesquisas, que apontam uma vitória em primeiro turno, a ofensiva midiática já era esperada, mas ela não deixa de surpreender pela virulência e recursos vis.
A campanha contra Dilma se anunciou sórdida desde cedo, quando a Folha de S.Paulo publicou em abril uma falsa ficha criminal, proveniente de um site de ultradireita, a envolvendo com um suposto plano para sequestrar o então ministro Delfim Netto. Estava dada a senha de até onde a grande imprensa iria para tentar inviabilizá-la eleitoralmente.
Acontece que ao contrário do que a mídia imaginava, a candidatura de Dilma emplacou e com a iminência de sua vitória a um mês das eleições a ofensiva se acentuou. Começou com o episódio das quebras de sigilos fiscais em um escritório da Receita. O episódio envolvia milhares de brasileiros, mas como no meio deles estavam alguns tucanos, tentou-se transformar em matéria política o que era crime comum. O assunto ocupou as manchetes durante uma semana, embora se revelasse a cada dia mais frágil. Até a funcionária da Receita, responsável pelos ditos vazamentos, confessar à Polícia Federal que recebia "agrados" de contadores para tirar cópias de declarações de renda. O escândalo da hora virou pó e era preciso encontrar novos elementos.”
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