Roriz pode recorrer, mas decisão é devastadora

efeito sobre eleição presidencial, embora limitado, é ruim para Serra

Fernando Rodrigues, Blog/UOL

O candidato do PSC ao governo de Brasília, Joaquim Roriz, não poderá disputar a eleição de 3 de outubro. Essa é a decisão que acaba de ser tomada pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

O TSE decidiu que Lei da Ficha Limpa aplica-se a quem renunciou ao mandato para evitar cassação. É exatamente o caso de Roriz, que renunciou ao mandato de senador em 2007.

Roriz, é claro, vai recorrer ao STF (Supremo Tribunal Federal). Mas o efeito político de ter seu registro negado pelo TSE será brutal sobre sua candidatura.O candidato ficará agora com uma campanha precária, incerta. Doadores vão escassear, embora ele ainda figure como um dos favoritos na eleição de 3 de outubro --aqui, as pesquisas.

Militantes e aliados também tendem a a se dispersar --sobretudo porque parece que o concorrente direto de Roriz, o petista Agnelo Queiroz está em alta.

Há também um efeito, embora limitado, na eleição presidencial. Roriz apoia José Serra (PSDB) para presidente. Agnelo Queiroz está com Dilma Rousseff (PT). O Distrito Federal tem só 1,35% dos eleitores do Brasil. Mas para quem, como Serra, precisa de todo o apoio possível, estar ligado a um candidato agora considerado "ficha suja" é um mal negócio.

A decisão do TSE foi por 6 votos contra 1. O Tribunal concluiu que a Lei da Ficha Limpa (LC 135/2010) vale para impedir Roriz de se candidatar.

Com a decisão, Roriz fica inelegível durante o período do mandato que exercia (2007-2015), e mais oito anos, ou seja até 2023.

Votaram pela aplicação da Lei os ministros Arnaldo Versiani, relator do processo, Henrique Neves, Cármen Lúcia, Aldir Passarinho Junior, Hamilton Carvalhido e o presidente do TSE, ministro Ricardo Lewandowski. Só o ministro Marco Aurélio afastou a aplicação da lei, concedendo o direito a Roriz de concorrer à eleição de 2010 para o cargo de governador do DF.”

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