A Era Lula: classe média do Brasil já representa mais da metade da população

Para FGV, perspectiva é de que pobreza continue diminuindo nos próximos anos

Fernando de Oliveira, do R7

Mais de 29 milhões de pessoas entraram para a classe C entre 2003 e 2009. Com isso, a chamada classe média passou a ser composta por 94,9 milhões de pessoas, representando 50,5% da população brasileira, segundo estudo da FGV (Fundação Getulio Vargas) apresentado pelo professor Marcelo Nery nesta sexta-feira (11).

- Isso é muito importante porque esse percentual é suficiente para decidir uma eleição, além de já ser a maioria da população com poder de compra no Brasil. Mais que as classes A e B juntas.

O estudo A Nova Classe Média: O Lado Brilhante dos Pobres, da FGV, foi feito com base na Pnad (Pesquisa Nacional de Amostragem por Domicílio) de 2009, divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) na última quarta-feira (8). O IBGE considera classe média quem tem renda de R$ 1.126 a R$ 4.854.

O estudo mostra também que a renda média dos brasileiros mais pobres cresceu 7,66% ao ano entre 2003 e 2009, enquanto que para os mais ricos, com ganho mensal superior a R$ 6.630, o aumento foi de apenas 3,43%.

A perspectiva, segundo análise da FGV, é de que a pobreza continue diminuindo nos próximos anos.

- Entre julho de 2009 e julho de 2010, a classe A/B cresceu 5,5%, enquanto que a classe E encolheu 11,3%.

A FGV avalia ainda que o aumento na aquisição de bens como computador com internet, celular, entre outros itens, mostra que o brasileiro está aproveitando a maior renda, embora também esteja poupando mais.

- O brasileiro também está aprendendo a poupar mais, está passando por uma metamorfose. Estamos passando de cigarras para formigas.

O aumento do rendimento do trabalhador e programas sociais de transferências de renda elevaram o consumo de bens duráveis no Brasil, como geladeira, telefone, fogão e televisão

De 2004 a 2009, o total de domicílios com máquina de lavar roupa cresceu de 34,5% para 44,3%. Já as residências com algum tipo de telefone subiu de 65,4% para 84,3%, e o número de casas que possuem computador mais que dobrou, passando de 16,3% para 34,7%. A presença de todos os outros bens também aumentou no período, mas com crescimento mais discreto.”

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