Tucanos agora buscam culpados

Ricardo Kotscho, Balaio do Kotscho

“Antes mesmo da divulgação do novo Datafolha na noite desta sexta-feira, com a disparada de Dilma abrindo 17 pontos de vantagem sobre Serra (47 a 30), os tucanos já tinham começado a temporada de caça aos culpados pelo desastre.

Como já tinha acontecido nas derrotas de 2002 e 2006, a aliança demotucana (PSDB-DEM-PPS-PTB) está se desmilinguindo, cada um colocando a culpa no outro e todos responsabilizando o candidato, que está sendo largado pelo caminho faltando ainda seis semanas para o primeiro turno das eleições de 2010.

O colapso na campanha de Serra ficou evidente esta semana quando resolveu adotar a esquisofrênica estratégia de atacar Dilma e o governo durante o dia e mostrar imagens do presidente Lula ao lado do ex-governador paulista à noite. O tucano conseguiu a proeza de não ser candidato nem da situação nem da oposição, muito ao contrário.

Tamanha lambança não pode ter apenas um culpado. Só pode ser resultado do conjunto da obra _ da absoluta falta de unidade na aliança, da falta de um projeto político, da escolha de um vice desconhecido e desastrado, da indigência dos discursos e das propostas do candidato, do cheiro de mofo do programa de televisão.

O que aconteceu? Apenas um mês atrás, o Datafolha de 20-23 de julho ainda anunciava um empate técnico (37 a 36 para Serra), alimentando as esperanças de uma campanha que já vinha fazendo água, como apontavam os outros institutos de pesquisas.
Não aconteceu nada de importante para justificar esta violenta inversão da curva do Datafolha. Como era de se esperar, o diretor do instituto, Mauro Paulino, colocou a culpa no horário eleitoral que entrou no ar esta semana.

“Palco da TV explica disparada de Dilma”, diz a manchete da Folha sobre a nova pesquisa. Se é só isso, me desculpem, mas não dá para entender. Foram ao ar até agora apenas dois programas dos candidatos à presidência da República, na terça e na quinta, justamente quando os pesquisadores do Datafolha já estavam nas ruas entrevistando os eleitores.”
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