Quando o vice é um trapalhão

Mauro Santayana, JB Online

“Enganam-se os que desprezam os programas de propaganda eleitoral pela televisão. Se é certo que eles pouco influem para que os eleitores de opinião formada mudem seus votos, é também certo que são importantes para a conquista dos indecisos. A imagem dos candidatos, com o seu olhar, os seus gestos e o tom de sua voz, podem transferir a mensagem de confiança ou de repulsa. É também certo que os candidatos só conseguem obter a simpatia daqueles telespectadores que – pela sua origem de classe e sua história de vida, suas crenças e sua inteligência – com eles se identifiquem. E, a menos que o candidato seja excepcional ator, ele acaba se revelando nos dias intensos de proselitismo eletrônico.

O primeiro dia do programa foi mais ou menos equilibrado, mas os principais protagonistas ainda se encontram um pouco cambaleantes. Dilma e Serra se empenharam em usar a emoção como envoltório de seu recado. Serra buscou, na origem familiar, sua vinculação com a classe trabalhadora, ao relembrar o trabalho modesto de feirante de seu pai e a frequência à escola pública. Dilma buscou o mesmo efeito, ao recordar sua infância e adolescência em Minas, a ação política contra a ditadura, e sua atividade na prefeitura de Porto Alegre e no governo gaúcho. De certa forma, saíram-se bem.

Serra está correndo o risco de se transformar em homem de um só tema, o tema da saúde. Ainda que ele possa orgulhar-se do que fez quando ministro da Saúde, convém-lhe entender que é candidato à Presidência da República, e não ao retorno ao cargo que ocupou no governo Fernando Henrique.”
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